
As recentes quedas de árvores em São Paulo, causadas por fortes temporais, têm levantado questionamentos sobre a manutenção da arborização urbana.
Ricardo Cardim, mestre em botânica pela Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à CNN, abordou os impactos desses eventos na cidade e apontou falhas no cuidado com as árvores.
Cardim destacou que os eventos climáticos extremos nas grandes cidades estão relacionados ao fenômeno das ilhas de calor, causado pela falta de áreas verdes.
“Esses eventos climáticos extremos se devem principalmente ao fenômeno das ilhas de calor, que é gerado pela falta de verde nas cidades, pela aridez, que potencializa essas tempestades muito fortes”, explicou o especialista.
O botânico criticou a falta de manutenção periódica das árvores nas cidades brasileiras.
Segundo ele, é comum observar uma série de problemas, como “árvores inadequadas, de espécies erradas, árvores anãs, árvores com cimento enforcando o seu colo, muretas que não deixam entrar água, podas mutiladoras, cupim sem tratamento”.
Cardim ressaltou que, embora seja normal que algumas árvores caiam durante tempestades muito fortes, a quantidade e a forma como elas estão caindo em São Paulo são preocupantes.
“É normal árvores caírem em tempestades muito fortes, aliás, isso até protege as edificações, já que a árvore amortece esses ventos muito fortes, mas jamais caírem tantas e na forma como elas caem”, afirmou.
O especialista enfatizou que cuidar das árvores é cuidar dos seres humanos em diferentes esferas. Ele lamentou que o poder público brasileiro ainda não tenha percebido a importância das árvores para a viabilidade da vida nos grandes centros urbanos.
“Quanto maior a árvore, maior o benefício que ela gera para as pessoas e para o clima”, explicou Cardim. Ele defendeu a necessidade de árvores grandes nas cidades, que proporcionem sombra, diminuam a temperatura, aumentem a umidade do ar e regulem o clima, tornando a cidade mais resiliente às mudanças climáticas.
Para uma arborização eficiente, Cardim sugeriu medidas como a fiação subterrânea e o plantio de árvores em vagas de veículos, reorganizando o espaço urbano. O botânico ressaltou que a arborização é um assunto técnico e científico, que exige investimentos humanos e materiais adequados.
Em 15 de março de 1985, após 21 anos de ditadura militar, José Sarney tornou-se o primeiro civil a tomar posse como presidente interino da República desde 1964. Junto do chefe do Executivo, 21 ministros foram também empossados.
Sarney assumiu o cargo de forma interina em razão da doença de Tancredo Neves, eleito presidente do Brasil pelo Colégio Eleitoral em 15 de janeiro daquele ano. O dia, que completa 40 anos, também foi marcado pela tensão entre militares e políticos.
Há dois dias da posse, Tancredo havia sido hospitalizado e submetido a uma cirurgia de emergência. O presidente eleito ficou internado e passou por cirurgias até que faleceu no dia 21 de abril, aos 75 anos.
Escolhidos por Tancredo Neves, atualmente, cinco ministros que tomaram posse em março de 1985 estão vivos. São eles:
Outros 16 ministros, que já morreram, também tomaram posse ao lado de José Sarney. Foram eles:
No dia 14 de março daquele ano, Tancredo Neves precisou ser operado as pressas e, portanto, não conseguiria participar da posse no dia 15, e nem José Sarney. Isso porque, segundo a legislação, o vice só poderia ocupar a Presidência da República de forma interina se o presidente tivesse sido empossado antes.
Na época, ainda existiam rumores de uma tentativa de golpe de Estado orquestrado por militares, que impediria civis, como Tancredo e Sarney, de tomarem posse.
Com o intuito de impedir esse possível golpe, nas primeiras horas do dia 15 de março, o deputado Ulysses Guimarães redigiu, com o auxílio de outros líderes políticos do Congresso Nacional, um documento estabelecendo que, para que o Senado empossasse Sarney, era necessário um laudo médico atestando que Tancredo Neves não tinha condições físicas para estar no Parlamento naquele momento, permitindo que o vice pudesse assumir interinamente o mandato.
Em 1985, o país deixava para trás mais de duas décadas de uma ditadura militar que restringiu liberdades e foi símbolo de censura no Brasil.
A redemocratização brasileira foi consolidada após uma elaboração de uma nova Constituição — denominada Constituição Cidadã –, promulgada em 5 de outubro de 1988.
*Com informações da Agência Senado e João Scavacin, da CNN