Algumas das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, terão como alvo países mais vulneráveis, incluindo aqueles em meio a guerras civis e emergindo de crises econômicas.
Cinco países apontados pelos EUA por tarifas acima do mínimo de 10%, incluindo a República Democrática do Congo (11%), Madagascar (47%), Moçambique (16%), Malawi (18%) e Síria (41%), estão entre as 26 economias mais pobres do mundo.
Coletivamente, essas economias são responsáveis por apenas 0,5% da produção e renda globais, segundo o Banco Mundial.
Em Madagascar, uma ilha com cerca de 25 milhões de pessoas na costa da África Austral, mais de 80% da população vive em extrema pobreza e sobrevive com menos de US$ 2,15 (R$ 12,17) por dia.
Suas exportações para os EUA, seu segundo maior mercado de exportação, totalizaram quase US$ 800 milhões em 2024, consistindo principalmente em baunilha, vestuário, titânio e cobalto.
A Venezuela (15%), que também sofreu com um colapso econômico, tem EUA como seu maior parceiro comercial. Os EUA importaram US$ 6 bilhões em mercadorias do país sul-americano em 2024.
Entre outros países destacados com as maiores taxas tarifárias está Mianmar (44%), nação do Sudeste Asiático recentemente atingida por um grande terremoto que matou mais de 3 mil pessoas.
O país também está envolvido em uma guerra civil há quatro anos. Desencadeada por um golpe militar, a luta viu forças da junta batalharem contra grupos rebeldes em todo o país.
Relações entre os países, cadeias globais de produção e, em geral, a dinâmica da economia mundial: “muda-se o jogo” com as tarifas apresentadas por Donald Trump nesta quarta-feira (2), segundo especialistas ouvidos pelo WW.
Para o médio e longo prazos discute-se a possibilidade de os Estados Unidos e o mundo serem abarcados por uma recessão. Mas no curto prazo já se vê como reverbera a política comercial do republicano: “[as tarifas] mudarão fundamentalmente o sistema de comércio internacional”, avaliou o economista e primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney.
E é nesse sentido de os países rearranjarem suas conexões que deve ir a reação do mundo às tarifas, apontaram ao WW Christopher Garman, diretor-executivo da Eurasia Group, e Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington e presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice).
Cada país vai defender seu interesse, e para defender interesse tem que ter visão de conjunto. O Brasil não pode reagir sem saber a tendência
Rubens Barbosa
O ex-embaixador olha para a Ásia, onde, segundo ele, o inimaginável está acontecendo: Japão, China e Coreia do Sul — países historicamente apartados — estão buscando se aproximar política e economicamente para se fortalecerem ante as tarifas de Trump.
E para o Brasil, ao qual foi direcionado uma tarifa de 10%? “Muito cedo ainda, vai ter que aguardar a reação dos principais parceiros. […] O Brasil não pode reagir imediatamente, reagir ideologicamente, falar em retaliação. Tem que negociar”, pondera Barbosa.
“Do ponto de vista do comércio exterior brasileiro, precisa reavaliar o Mercosul, algumas tarifas e algumas medidas [protecionistas não tarifárias] para negociar”, pontua.
Para o presidente do Irice, ainda é necessário que o Brasil pense estrategicamente em relação à América Latina, buscando construir cadeias regionais de valor na sua zona de influência.
Garman vê essa como a tendência daqui para frente, de as regiões buscarem aproximar-se entre si.
“Seja politicamente ou do lado comercial, nós vamos ter o mundo começando a se relacionar mais num contexto em que os Estados Unidos levantam barreiras e não são mais vistos como confiáveis”, observou.
Nesse rearranjo de dinâmicas, Barbosa diz que em sua carreira como embaixador “nunca vi uma situação como essa”.
Sua conclusão é de o caminho escolhido por Trump afeta a integridade econômica e política do país. Olhando em retrospecto, o ex-embaixador se questiona se o cenário atual aproxima-se de um padrão histórico.
“Na história, os impérios, na maioria das vezes, se destruíram por questões internas. […] Eu não sei se a gente está vendo o começo disso na sociedade americana”, conclui.
Alívio
Apesar de o diretor-executivo da Eurasia Group ter visto um anúncio muito pior que o imaginado para o mundo, ele concorda que o Brasil acabou “saindo bem na foto”.
No fim, Garman aponta que a conta que o gabinete de Trump fez foi muito mais simples do que a prometida — de levar em consideração tarifas médias, barreiras não tarifárias e afins.
• Arte: CNN Brasil
Desse modo, considerando apenas a balança comercial, o Brasil conseguiu sair bem na foto vista por Trump e, consequentemente, ser recebido com uma tarifa mais branda que a esperada.
Para Rubens Barbosa, o Brasil “tem motivos para estar aliviado”.
O Sport se sagrou tricampeão pernambucano ao vencer o Retrô, nos pênaltis, na Ilha do Retiro. A decisão, no entanto, terminou em confusão generalizada entre equipes e comissões técnicas.
A briga já tinha começado antes mesmo dos pênaltis terminaram, mas o clima esquentou de vez depois que Caíque França defendeu a cobrança de Diego Guerra.
JOGADOR DO RETRO DANDO UMA VOADORA EM UM MEMBRO DA COMISSAO TÉCNICA DO SPORT
O Sport até abriu o placar com Chico, mas sofreu a virada pelos pés de Mascote e Fernandinho, ele mesmo, que jogou em Grêmio e Flamengo, em belo gol. A equipe visitante igualou o agregado em 4 a 4.
A partida foi para os pênaltis, onde o Retrô ainda teve uma defesa do goleiro Fabian Volpi anulada, pois ele se adiantou. No fim, deu Sport por 4 a 2, campeão de Pernambuco pela 45ª vez.
Depois do apito final, os jogadores do Retrô se reuniram no meio-campo e partiram para a briga. Um deles, inclusive, acertou uma voadora em um membro da comissão técnica do Sport. A tensão só terminou quando a Polícia interviu.
O Sport volta a campo no próximo domingo (06), para enfrentar o Palmeiras, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quinta-feira (2), que estratégia de guerra comercial com os Estados Unidos “não é inteligente”, além de “não preservar os interesses” do Brasil.
“A única resposta razoável à tarifação recíproca dos EUAé ogoverno Lula extinguir a mentalidade socialista que impõe grandes tarifas aos produtos americanos, inviabilizando o povo brasileiro de ter acesso a produtos de qualidade mais baratos”, disse Bolsonaro.
“O Presidente Donald J. Trump está apenas protegendo o seu país deste vírus socialista, dobrar a aposta e escalar a crise com o nosso 2º maior parceiro comercial não é uma resposta sábia”, acrescentou.
Bolsonaro chegou a mencionar que em seu governo teve “sucesso na negociação das tarifas sobre o aço que àquela época eram impostas ao mundo inteiro, mas não o foram ao aço brasileiro graças ao diálogo com o Presidente Donald Trump. Eu apostei na diplomacia, não no conflito”.
De acordo com o ex-presidente, em seu mandato, “fortalecemos a relação com os EUA, reforçamos parcerias estratégicas e com Índia, Japão, Coreia do Sul, Singapura e com o mundo árabe. Também avançamos nos acordos com a OCDE, destravamos o Acordo Mercosul-UE e ampliamos as exportações agrícolas”.
“Foi sob nosso governo que abrimos novos mercados, fechamos acordos comerciais e participamos de negociações históricas, como os Acordos de Abraão, um marco para a paz no Oriente Médio”, destacou.
Bolsonaro enfatizou que atualmente o presidente Lula “transformou a diplomacia em militância ideológica”.
“O setor siderúrgico, que sempre foi um dos motores da nossa economia, está à mercê de um governo que despreza a realidade do comércio internacional e se fecha em discursos ultrapassados”, finalizou.
– No dia 2 de dezembro de 2019, o Presidente Trump anunciou a intenção de sobretaxar o aço brasileiro, impondo novas tarifas que poderiam prejudicar nossa economia. Naquele momento, mantivemos a serenidade e agimos com responsabilidade, sem ceder ao alarmismo da imprensa e sem…
Um dia depois de uma professora da rede municipal de ensino de Caixas do Sul (RS) ter sido esfaqueada por dois alunos dentro de uma escola, a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de cidade, Silvana Piroli, afirmou que o ataque realizado é resultado do “desrespeito” e da “falta de autoridade” dos docentes dentro da sala de aula.
A declaração da sindicalista foi dada durante sessão ordinária da Câmara Municipal de Caxias do Sul nesta quarta-feira (2).
Segundo Silvana, o episódio evidenciou uma situação “recorrente” nas escolas: “a violência, o desrespeito, a falta de autoridade que a gente tem às vezes na sala. Não porque nós não temos autoridade, mas porque nos tiram o direito de exercermos a autoridade de professor.”
“E eu digo isso porque não é de hoje. Nós estamos paulatinamente sendo desrespeitados na nossa profissão. E o desrespeito se diz quando qualquer pessoa pode, a qualquer momento, dizer como temos que dar aula, como temos que fazer”, acrescentou.
A presidente do sindicato classificou que o ataque “não é um fato isolado”.
“Eu não aguento mais ouvir colegas meus com o carro riscado, carro estragado. Diretor que está na escola e o pai vai lá e xinga, ameaça e o professor que perde a vaga na escola que é perto da sua casa e com o aluno não acontece nada e com o pai muito menos.
Silvana também citou o enfraquecimento do Conselho Tutelar. “Quando começou o Conselho Tutelar, e eu era professora, a gente dizia para os pais que iria chamar o Conselho Tutelar e eles tremiam tudo, traziam os alunos e dava jeito. Hoje, o Conselho Tutelar, com dois só na cidade, é como se não existisse. Então, tem que ter mais Conselho Tutelar e tem que melhorar.”
Sobre o episódio ocorrido no dia anterior, a sindicalista defendeu “o devido processo legal”. “No caso dos adolescentes de ontem, os pais e os responsáveis têm que ser penalizados. Não dá. Porque se não vai virar lugar comum. Eu não quero vir aqui a cada semana fazer um discurso de desabafo, porque isso não resolve a minha vida nem a de vocês.”
A secretária municipal de Educação de Marta Fattori, falou em seguida na mesma sessão e citou melhorias que, segundo ela, foram feitas recentemente na rede municipal. Ela também se solidarizou com a professora atacada.
“Num apoio imenso, com muita tristeza, me solidarizo à professora Thaís, que ontem, com bravura, ela, no seu fazer docente dentro da escola, foi apunhalada pelas costas. E isso nós não podemos permitir.”
Como foi o caso
Dois adolescentes, de 14 e 15 anos, foram apreendidos na última terça-feira (1º) após terem esfaqueado uma professora de inglês dentro da Escola Municipal de Ensino Fundamental João de Zorzi.
Os dois adolescentes fugiram após o ataque. Eles foram encontrados pela Brigada Militar em um matagal próximo à escola e apreendidos. A dupla foi levada à Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase).
Outra adolescente, de 13 anos, chegou a ser apreendida, mas foi liberada após prestar depoimento. Segundo o delegado regional de Caxias do Sul, Augusto Cavalheiro Neto, a liberação ocorreu porque, no momento, não há certeza de que ela tenha participado diretamente do ato.
Para a Polícia Civil, há indícios de que o ataque tenha sido premeditado, porque os suspeitos teriam danificado uma câmera de segurança, que estava dentro da sala de aula, antes de agredirem a professora.
Os aumentos de tarifas do governo dos Estados Unidos não devem impedir o declínio contínuo da inflação na Europa, disse o membro do Banco Central Europeu, François Villeroy de Galhau, nesta quarta-feira (2).
A inflação da zona do euro diminuiu no mês passado, em linha com as expectativas, para 2,2%, aproximando-se da meta de 2% do BCE, mostraram os dados da Eurostat na última terça-feira (1º).
“Isso deve nos dar mais confiança para cortar as taxas de juros novamente em breve”, disse Villeroy, que também é chefe do banco central francês, ao jornal regional francês Midi-Libre.
“As tarifas da Trump não devem alterar significativamente a desinflação na Europa”, disse ele.
Após a vitória sobre o Once Caldas pela Copa Sul-Americana, Thiago Silva falou pela primeira vez sobre a saída de Mano Menezes do Fluminense. O zagueiro disse ter sentido a queda do treinador e negou ser o culpado pela decisão da diretoria.
“Depois de tudo que vem acontecendo, o foco está muito em nós. Ficamos sentidos, apesar de as pessoas falarem o contrário. É sempre muito difícil a saída de um treinador, principalmente depois de tudo que aconteceu. Te colocam em uma mira como se fosse você o culpado da saída. Faz parte do futebol, estamos acostumados. Que o professor possa seguir a vida dele, vamos torcer aqui para dar tudo certo. Nós aqui vamos pensar daqui para frente o que somos capazes de fazer esse ano”, disse.
“O presidente fala bastante com a gente. Comigo e os líderes, Cano, Arias, Samuel, Fábio. Temos esse diálogo e abertura para trocar qualquer tipo de situação. O que foi falado é melhor ficar entre nós, não posso abrir muita coisa. Mas tenho certeza que o mais rápido possível vocês vão ficar sabendo o nome do próximo treinador e que possamos ajudar de alguma forma ele na chegada. Por isso essa vitória foi tão importante. Imagina perder aqui e chegar para o jogo em casa naquela pressão. Não vai ser muito diferente porque sabemos a camisa que estamos vestindo, mas um pouco mais relaxado com o resultado e a motivação diferente para o jogo contra o Bragantino”, afirmou.
Flu em campo
A próxima partida do Tricolor acontece no próximo domingo (6), às 16h (de Brasília), diante do Red Bull Bragantino, no Maracanã. A bola rola para a segunda rodada do Campeonato Brasileiro.
Hoje, 2 de abril, celebra-se o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007 com o propósito de promover o conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus direitos e necessidades.
O direito à educação em escola regular é assegurado por lei, mas a matrícula, por si só, não garante um acolhimento digno, eficaz e livre de capacitismo. É preciso olhar para o estudante autista com cuidado e, ao mesmo tempo, sem distinção.
Segundo Carla K. Vasques, docente da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), há estratégias fundamentais que toda escola deveria implementar para lidar com alunos com TEA, principalmente na etapa sensível da adolescência. Ela detalha três dessas práticas:
Entender que momentos de encontro são mais importantes que incluir
Um dos desafios mais comuns entre educadores que lidam com alunos do ensino médio é facilitar a inclusão do adolescente com TEA numa etapa da vida em que grupos de amigos são unidos e fechados – as famosas panelinhas. Para Carla, em vez de tentar inserir o estudante autista em grupos já formados, com códigos e vínculos muitas vezes excludentes, o ideal é promover experiências de encontro que se sustentem na diferença, e não apesar dela. “Trata-se de abandonar a ideia de inclusão como encaixe e apostar no fazer junto, em viabilizar momentos em que os estudantes autistas possam estar com os outros a partir de seus interesses, ritmos, objetos e modos próprios de vínculo”, pontua a docente, que também atua como Coordenadora do Eixo I – Psicanálise e Educação Inclusiva, do Núcleo de Pesquisa em Psicanálise, Educação e Cultura (NUPPEC) da UFRGS.
Para ela, a “inclusão forçada” parte da lógica que o problema está no autista – e não nas formas de organização social e escolar que podem, por vezes, recusar sua presença. “Quando se exige de um grupo que acolha um colega autista apenas como gesto de boa vontade, sem trabalho coletivo de escuta e elaboração, o risco é duplo: por um lado, o estudante autista pode ser inserido como figura periférica, sem possibilidade de fazer laço; por outro, o grupo se vê obrigado a performar uma aceitação que não necessariamente se sustenta”, diz.
A relação diferente com a linguagem pode fazer com que o autista não entenda memes ou certas piadas • Freepik
Ainda segundo a docente, a escola pode ser um lugar onde se aprende a conviver com aquilo que é estranho – não como um “desvio a ser normalizado”, mas como uma diferença a ser absorvida. “Isso exige do professor e das políticas públicas um compromisso ético: não fazer da inclusão um imperativo moral, mas uma construção compartilhada, lenta, aberta ao inesperado.”
Lembrar que nem toda linguagem é verbal
A linguagem típica da adolescência – com gírias, memes e piadas internas – funciona como um marcador de pertencimento conforme a especialista. Porém, o sentido de certas frases e expressões pode soar indecifrável a um jovem autista – não por um déficit de compreensão, segundo Carla, mas por uma relação diferente com a palavra, o dito e o não dito.
“É bom lembrar que nem toda linguagem é verbal, nem todo silêncio é ausência de sentido e inteligência. Muitas vezes, o estudante autista está dizendo com o corpo, o olhar ou com o objeto que manipula ou carrega algo que só pode ser escutado se nos abrirmos a outras interpretações de sentido. O papel da escola não é ensinar o estudante autista a ‘falar como os outros’, mas ampliar o repertório do coletivo para que diferentes formas de comunicação possam ser acolhidas e compreendidas”, destaca a pesquisadora.
Traduzir gírias e piadas? Sim, quando for o caso. Mas mais do que isso: professores e demais profissionais da escola devem abrir espaço para que o estudante autista também ensine seus próprios códigos, compartilhe seus interesses, organize seu modo de estar com os demais. “E a literalidade, por vezes atribuída ao autismo como traço deficitário, pode ser também uma forma ética de operar com a linguagem e uma exigência de clareza num mundo saturado de ruídos, duplos sentidos e mal-entendidos.”
Construir um trabalho em conjunto
A escola, quando se propõe a ser um lugar de escuta e de invenção coletiva, não pode se isolar nem operar sozinha. “Trabalhar com estudantes autistas implica participar de uma rede que inclua as famílias, os profissionais que acompanham o estudante e, principalmente, o próprio estudante, como autor de sua experiência”, diz Carla.
Na opinião da pesquisadora, os pais não devem agir como “informantes” sobre o comportamento do filho em casa – eles são parceiros na construção das estratégias escolares. “Do mesmo modo, os profissionais de outras áreas não são ‘suporte técnico’, mas interlocutores que podem ajudar a afinar o olhar da escola sobre certos gestos, modos de linguagem, interesses e recusas. E tudo isso só tem sentido se a escola também tiver algo a dizer, ou seja, se tiver construído vínculos”, afirma.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir, nesta quarta-feira (2), com líderes do Senado. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, também deve participar do encontro, previsto para acontecer na Residência Oficial do Senado no fim do dia.
Conforme antecipou a CNN, Lula quer aproveitar que estreitou os laços com lideranças partidárias e os presidentes do Congresso Nacional na viagem à Ásia para entrar de vez na articulação política.
O encontro é realizado em um momento em que o governo começará a discutir projetos de seu interesse no Congresso, incluindo o que aumenta a isenção do imposto de renda para salários de até R$ 5 mil.
Integrantes do governo consideram que Lula acertou em levar uma comitiva com integrantes da Câmara e do Senado para as agendas no Japão e no Vietnã.
As conversas, mesmo que breves, dos parlamentares com o presidente surtiram efeito de mostrar a imagem de maior disposição do governo para o diálogo com as lideranças, de acordo com interlocutores de Lula.
Os irmãos e sócios-fundadores da produtora LAB Fantasma, Emicida e Evandro Fióti enfrentam um imbróglio judicial pela gestão e finanças da empresa. O fim da parceria profissional foi anunciado pelo rapper na última sexta-feira (28)
No processo que tramita na 2ª Vara de Empresarial e Conflitos de Arbitragem de São Paulo, a que a CNN teve acesso, Fióti alega ter sido unilateralmente afastado da administração da companhia, enquanto Emicida afirma ter agido para proteger a empresa de supostas irregularidades cometidas pelo irmão.
A disputa judicial, revelada inicialmente pelo Portal Leo Dias, teve início quando Fióti solicitou uma tutela de urgência à Justiça. Evandro aponta que, apesar de um acordo prévio firmado em dezembro de 2024 para formalizar uma divisão societária igualitária, Emicida revogou sua procuração e bloqueou seu acesso às contas e informações financeiras da LAB Fantasma.
Ainda de acordo com o texto do processo, Fióti defende que sempre atuou em paridade com o irmão na construção do negócio e que as transferências financeiras que realizou foram transparentes e previamente acordadas, negando qualquer desvio.
Já o rapper argumenta que a decisão de afastar Fióti da gestão foi uma resposta a atitudes unilaterais do irmão, como dedicação de tempo reduzido à empresa e transferências bancárias significativas sem sua autorização prévia.
Como sócio majoritário e administrador formal desde 2014, Emicida alega ter agido para proteger os interesses da LAB Fantasma.
Lado do Emicida nos autos do processo:
Saques e transferências bancárias não autorizadas no montante aproximado de R$ 6.000.000,00
Risco de esvaziamento patrimonial da empresa
Quebra da confiança
Tentativa de obter vantagem indevida
Desqualificação de suas decisões perante os colaboradores da LAB Fantasma
Lado do Fióti nos autos do processo:
Revogação unilateral e inesperada da procuração e bloqueio do acesso às contas bancárias da empresa
Descumprimento do “Term Sheet” e das premissas para a cisão societária
Risco iminente de esvaziamento patrimonial da empresa
Emissão de comunicado interno sem aviso prévio
Impedimento de exercer seus direitos societários e de participar da administração da empresa
Evandro Fióti publicou um comunicado, nesta terça-feira (1º), confira na íntegra;
“Nunca desviou qualquer valor da LAB Fantasma ou de empresas do grupo. Todas as movimentações feitas durante sua gestão foram transparentes, registradas e seguindo os procedimentos financeiros adotados pelos gestores, assim como as retiradas de lucros ao sócio e artista Emicida.
A administração das empresas sempre foi conjunta, conforme acordo formal ratificado assinado por ambos em dezembro de 2024, que estabelecia, entre diversas premissas e declarações de parte a parte, a gestão compartilhada das empresas, a divisão igualitária de ativos e passivos (50% para cada sócio), além do conhecimento prévio a ambos acerca de movimentações financeiras relevantes.
A acusação de “desvio” é falsa e inverte os fatos. O próprio processo judicial contém documentos que comprovam que Emicida recebeu valores superiores, incluindo distribuições de lucros acordadas entre as partes.
A divulgação distorcida de informações parciais de um processo é gravíssima e será tratada com as medidas legais cabíveis, em todas as esferas, inclusive penal. Evandro reafirma seu compromisso com a verdade, a transparência na gestão e o respeito à história construída junto à LAB Fantasma”
A empresa
A LAB Fantasma, com quase 16 anos de mercado, foi fundada pelos irmãos e sempre esteve intrinsecamente ligada à carreira de Emicida, sendo Fióti o responsável pela representação dos interesses artísticos do rapper durante quase todo esse período. A empresa se tornou um influente grupo empresarial no cenário cultural brasileiro, atuando em música, moda e conteúdo.
A CNN entrou em contato solicitando posicionamento de ambas as partes, mas até o momento não teve retorno, o espaço segue aberto.