O carnavalesco Paulo Barros, 63, publicou um vídeo com uma série de registros de sua passagem pela Portela entre 2016 e 2017 e, com isso, fez seus seguidores cogitarem que a águia de Madureira, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, pode ser seu novo destino.
“Se um dia”, escreveu o artista plástico na legenda da publicação ao fazer referência ao clássico samba “Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida”, de Paulinho da Viola.
“Faz logo um contrato de 10 anos”, “Acho que vem novidades por aí” e “Não suporto mais tua ausência. Já pedi a Deus paciência” são alguns dos comentários feitos pelos seguidores do profissional na postagem de terça-feira.
Após dois desfiles contestados na Unidos de Vila Isabel, o tetracampeão da folia carioca segue sem escola de samba para o Carnaval de 2026. Em 2024, ele fez uma reedição de “Gbala – Viagem ao Tempo da Criação”, cujo enredo original tinha autoria de Martinho da Vila, e conquistou apenas uma sexta colocação. Esse ano, a escola do bairro de Noel Rosa terminou a apuração no oitavo lugar, após trazer um desfile morno com o enredo “Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece!”.
Com os dois últimos anos, Paulo Barros completa um jejum de oito anos sem títulos, o mais longo de sua carreira. Seu último triunfo foi justamente na Portela, em 2017, levando a azul e branco a uma vitória que não vinha desde 1984. De lá para cá, ele conquistou apenas um vice-campeonato em 2019 com a Viradouro e um terceiro lugar em 2023 com a Vila Isabel. Os outros resultados incluem dois nonos lugares (Vila Isabel 2018 e Tijuca 2020) e um 11º lugar (Paraíso do Tuiuti 2022).
O pré-Carnaval deste ano também foi marcado por uma fala polêmica em que Paulo Barros criticou os enredos afro dizendo que “90% de quem está assistindo o desfile não vai entender nada”. A Vila Isabel, coincidentemente, foi uma das poucas agremiações a não levar uma narrativa cuja temática abraçasse a cultura afrobrasileira e viu a Beija-Flor levantar o caneco com um enredo afro em homenagem a Laíla, um dos maiores nomes de sua história.
O Estandarte de Ouro, principal premiação do Carnaval carioca entregue há cinco décadas pelo jornal O Globo, também premiou um enredo afro ao eleger “Ómi Tútu ao Olúfon — Água fresca para o senhor de Ifón”, da Imperatriz Leopoldinense, como o melhor enredo de 2025.
Eleição na Portela
Nas redes sociais, portelenses especulam que a movimentação pode estar ligada à eleição da Portela, que acontecerá no domingo (25) e elegerá o grupo que comandará a maior campeã do Carnaval carioca pelos próximos quatro anos. Eles acreditam que a chapa liderada por Dr. Léo, pode buscar um novo carnavalesco para a agremiação e Paulo Barros é o único dos grandes nomes que ainda não tem emprego para 2025. Dr. Léo enfrentará a chapa de Junior Escafura, que é vice-presidente da Portela e neto do bicheiro Piruinha.
A Portela, no entanto, já anunciou seu carnavalesco para 2026. André Rodrigues, que está na escola desde 2024, teve seu contrato renovado pela agremiação de Madureira. Nos dois primeiros anos, o artista trabalhou ao lado de Antônio Gonzaga e, em 2026, assinará seu primeiro Carnaval sozinho no Grupo Especial do Rio de Janeiro, após sua ex-dupla ter migrado para a Grande Rio.
“Com o aval dos nossos baluartes, a voz do portelense ecoou e a resposta chegou: já temos carnavalesco para o Carnaval de 2026! Seguimos firmes com um novo capítulo prestes a ser escrito”, escreveu a Portela na legenda de um vídeo que reúne seus principais baluartes, como Tia Surica, presidente de honra da escola.
Foi com Antônio e André que a Portela voltou duas vezes no Desfile das Campeãs após ter amargado uma 10ª colocação no ano em que comemorava seu centenário. Em 2024, inclusive, a dupla de carnavalescos conquistou o Estandarte de Ouro de Melhor Enredo com “Um Defeito de Cor”, que contou com a pesquisa de enredo de Beatriz Chaves e Marcelo David Macedo.
Em 2026, a Portela será a terceira escola a cruzar o sambódromo da Marquês de Sapucaí no domingo de Carnaval (15 de fevereiro). Confira aqui a ordem completa dos desfiles do Grupo Especial do ano que vem.
