Cid, até 2022 fiel escudeiro de Bolsonaro, foi o responsável por conduzir a Polícia Federal na investigação que resultou na denúncia contra o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado.
Primeiro a partir da quebra do seu sigilo telemático e, depois, quando a PF já havia amealhado indícios contra seu ex-chefe, por meio do seu acordo de colaboração premiada.
As idas e vindas do delator, no entanto, têm sido esmiuçadas pelas defesas que analisaram os vídeos dos depoimentos, bem como o que foi repassado para o papel pela Polícia Federal.
A expectativa é tentar mostrar o acordo como frágil e guiado pela pressão sob Cid que, entre 2023 e 2024, viu sua vida e de familiares devassada várias frentes de investigações da PF conduzidas sob relatoria de Alexandre de Moraes.
Ao longo da investigação, o militar prestou nove depoimentos no âmbito do acordo firmado com a PF. Embora em casos como o da joias tenha sido objetivo, ao falar sobre a trama golpista após a derrota na eleição de 2022, Cid demonstrava incômodo e evitou dar todos os detalhes até ser ameaçado de prisão por Moraes em uma audiência.
Tenente-coronel do Exército Brasileiro e ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, Mauro Cid fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro
Após ter conversas em que apontava para uma suposta pressão noticiadas pela Veja, Cid se viu sem opção, entregou o general Braga Netto e deus mais detalhes sobre os bastidores da investida golpista.
Os fatos apontados por Cid ao longo da delação foram depois confirmados por outros depoimentos, como o de comandantes das Forças Armadas, e informações coletadas pela PF durante a investigação.
O acordo, no entanto, é visto como o alicerce da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República. Caso derrubado, poderia abalar a tese defendida contra Bolsonaro e seus aliados.
Como ficou claro no julgamento da denúncia, apenas o ministro Luiz Fux sinalizou ter alguma dúvida sobre a delação. Mas mesmo no cenário desfavoráve, as defesas enxergam uma esperança no sucesso da investida contra Cid e sua delação.
Uma tentativa de homicídio em frente à Festa Junina da APAE, em Sidrolândia, terminou com um homem ferido gravemente na noite deste sábado (7). De acordo com a Polícia Militar, a confusão começou por volta de 23h, quando Edson Nascimento (46), discutiu com a vítima Robson Ribas Benitez (34), contra quem em seguida atirou várias vezes com um revólver calibre 38. No episódio, a irmã de Robson acabou atingida em um dos braços e foram encaminhados para o hospital.
Edson fugiu a pé em direção ao bairro São Bento, mas em seguida a PM que atuava no evento o localizou e prendeu na Avenida Dorvalino dos Santos. Ele portava a arma do crime com cinco balas deflagradas. Ao confessar 0 crime na delegacia, alegou que a vítima seria responsável pela morte de sua filha no final do ano passado, caso ainda em apuração pela Polícia Civil.
De acordo com informações o autor e a vítima já tinham um histórico de desentendimentos. Em novembro de 2022, os dois se envolveram em um acidente de trânsito que terminou com agressões físicas entre eles.
O leilão para a concessão do maior terminal de contêineres do país, que será instalado no Porto de Santos, no litoral paulista, gerou um novo impasse entre os governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.
O projeto de concessão do Terminal de Contêineres Santos 10 (Tecon Santos 10) prevê investimentos de R$ 5,6 bilhões ao longo de 25 anos, além de cerca de R$ 1 bilhão para a construção de um terminal de passageiros.
A proposta do Ministério de Portos e Aeroportos do governo Lula, aprovada em deliberação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) na quinta-feira (5/6), prevê um leilão em duas etapas. A primeira fase limitaria a participação de empresas que já operam no Porto de Santos. Caso não houvesse propostas suficientes, a concorrência seria aberta às operadoras do porto na segunda etapa.
O modelo não agradou a gestão Tarcísio, que encaminhou, no mesmo dia da aprovação da Antaq, um ofício ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“Não se revela pertinente a criação de regras restritivas que esvaziam a ampla competição, impedem a participação de agentes econômicos tecnicamente qualificados na disputa pelo ativo e podem resultar na prestação de um serviço menos eficiente e mais custoso para a cadeia logística paulista”, diz a manifestação assinada pelos secretários Rafael Benini, de Parcerias em Investimentos de São Paulo, e Natália Resende, de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo.
Após a manifestação do governo paulista, Alex Ávila, secretário nacional de Portos, vinculado ao Ministério dos Portos e Aeroportos, descartou que haja risco de esvaziamento do leilão.
“Em qualquer cenário, nós teremos interessados no leilão e permanecemos no cronograma de fazer o leilão”, disse Ávila ao Metrópoles.
O governo federal trabalha com a expectativa de publicar o edital em setembro e fazer o leilão em dezembro deste ano.
O caso, agora, é analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e a União reforça que o leilão irá ocorrer conforme a decisão do tribunal.
“Concentração de mercado” x “ampla concorrência”
O argumento do governo Lula, amparado na deliberação da Antaq, expõe o risco de concentração de mercado caso as empresas que já operam no Porto de Santos ganhem o leilão.
Atualmente, os contêineres no Porto de Santos têm três operadoras que, segundo as simulações da Antaq, concentrariam cerca de metade do mercado caso vencessem o leilão. A BTP e a Santos Brasil teriam controle de 60% da capacidade portuária, o que a Antaq classificou como “cenários críticos”, enquanto a DP World ficaria com 48%, uma “concentração preocupante”, segundo a agência.
Quem opera contêineres em Santos
A BTP é uma joint-venture entre a TIL, subsidiária da italiana MSC para gestão de terminais de contêineres, e a APMT, operadora portuária do grupo Maersk, da Dinamarca.
A Santos Brasil é uma empresa criada para operar no Terminal de Santos pelo Grupo CMA CGM, empresa francesa de logística.
A DPW, sigla para Dubai Ports World, é uma empresa de logística dos Emirados Árabes Unidos.
Em consonância com o governo paulista, o deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP) afirma que a concentração de atuação de armadores é uma característica do setor de movimentação de cargas em todo o mundo.
O parlamentar também acredita que as medidas para limitar qualquer problema concorrencial devem ocorrer após o leilão, quando o resultado do certame já for conhecido.
“Se, eventualmente, houver essa concentração alegada, tem medidas saneadoras como, por exemplo, o vencedor abrir mão de qualquer outro tipo de operação para poder executar a operação que ele ganhou no leilão. Não faz sentido essa regra ser antes do leilão”, defende Barbosa.
Nesta semana, o deputado quer agendar uma audiência pública na Câmara dos Deputados para debater o caso ainda em junho. A reunião será na Comissão de Viação e Transportes, em conjunto com a Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos, presidida por Paulo Alexandre Barbosa.
O ministro Antonio Anastasia, do TCU, relator do caso, negou o pedido de suspensão no último dia 30 de maio. Anastasia afirmou que não havia elementos suficientes para adotar a medida, principalmente, porque o edital com as regras do leilão ainda não foi publicado.
Quem acompanha de perto o caso acredita que o TCU ainda deve se debruçar pelo menos até setembro e o edital só será publicado após a orientação da Corte de Contas.
1 de 8
Os governos Lula e Tarcísio divergem sobre modelo do leilão do novo terminal de contêineres de Santos (Tecon Santos 10)
2 de 8
Tecon Santos 10 tem a expectativa de ser o maior leilão da história portuária brasileira
Reprodução
3 de 8
O governo Lula quer que empresas que já operam em Santos sejam limitadas de participar do leilão para evitar “concentração de mercado”
Reprodução
4 de 8
Os secretários de Tarcísio, Rafael Benini (Parcerias e Investimentos) e Natalia Resende (Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística) dizem que o modelo restringe a concorrência
Rogério Cassimiro/Governo de SP
5 de 8
No mesmo complexo portuário, Lula e Tarcísio lançaram juntos o Túnel Santos-Guarujá, que terá investimento bilionário
Presidência da República
6 de 8
O subprocurador do MP no TCU, Lucas Furtado, pediu a suspensão do leilão
Reprodução
7 de 8
O ministro, Antonio Anastasia, do TCU, disse que não há elementos para suspensão do leilão antes da publicação do edital, prevista para dezembro
Divulgação TCU
8 de 8
O deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP) quer marcar uma audiência pública na Câmara dos Deputados para debater o caso
Câmara Federal
O que diz o governo Lula
Em nota, o Ministério de Portos e Aeroportos destacou os estudos da Antaq e disse que enviou o processo para o TCU.
“O Ministério de Portos e Aeroportos, por meio da Secretaria Nacional de Portos, aprovou os estudos técnicos do Tecon Santos 10 deliberados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), após as contribuições da audiência pública e remeteu o processo para análise da Corte Suprema de Contas. O MPor continuará colaborando com o debate para buscarmos a melhor modelagem visando o fortalecimento do Porto de Santos e da logística nacional”.
O Metrópoles procurou o governo do estado de São Paulo, mas não recebeu resposta. O espaço segue aberto para manifestações.
Na madrugada deste domingo (8), a Polícia Militar de Ponta Porã prendeu um foragido da Justiça nas imediações da rodoviária da cidade, localizada na Rua Coronel Ponce. A ação foi desencadeada após uma denúncia anônima informar que um homem estaria em atitude suspeita no local.
Ao chegarem, os policiais abordaram o indivíduo, que apresentou comportamento incoerente e falas desconexas ao ser questionado sobre sua origem e destino. A atitude levantou suspeitas, e uma verificação nos sistemas policiais revelou que havia um mandado de prisão em aberto expedido pela Vara Criminal de Amambai.
Diante da confirmação, os policiais deram voz de prisão ao suspeito. Como o homem demonstrou comportamento exaltado e tentativa de resistência, foi necessário o uso de algemas e o seu transporte no compartimento de segurança da viatura, conforme prevê o protocolo em casos de risco de fuga.
O indivíduo foi encaminhado à 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, onde permanece à disposição da Justiça. A prisão reforça o trabalho de vigilância e pronta resposta da Polícia Militar frente à presença de pessoas com pendências judiciais, especialmente em pontos de grande circulação como o terminal rodoviário.