Confira a escala médica de plantão nas UPAs e CRSs nesta quarta-feira, dia 16 de julho de 2025.

Confira a escala médica de plantão nas UPAs e CRSs nesta quarta-feira, dia 16 de julho de 2025.
16.07.2025 · 7:15 · Vereador Dr. Lívio
Os peritos criminais da Divisão de Química e Toxicologia (DQT) do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF) do Mato Grosso do Sul foram homenageados com uma Moção de Congratulação concedida pela Câmara Municipal de Campo Grande. A honraria foi proposta pelo vereador Dr. Lívio, que também é perito médico legista e reconhece a relevância do trabalho desenvolvido pelo instituto no âmbito da Polícia Científica de Mato Grosso do Sul .
A homenagem se deu em razão do excelente desempenho da equipe da DQT que pelo quarto ano consecutivo alcançou o desempenho máximo na 4ª Rodada do Ensaio de Proficiência em Drogas, promovido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), em parceria com o MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), por meio da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública).
O programa reuniu 60 laboratórios forenses de todo o país para testar a precisão das análises em situações que simulam o dia a dia da perícia e os peritos criminais da DQT, voltaram a ser destaque nacional pelo excelente desempenho.
Além da moção coletiva à equipe do instituto, a diretora do IALF, Josemirtes Socorro Fonseca Prado da Silva, também foi homenageada individualmente com uma Moção de Congratulação por sua trajetória e notável contribuição à Polícia Científica de Mato Grosso do Sul. Servidora desde 1994, Josemirtes é considerada uma das pioneiras da perícia criminal no Estado. Foi fundamental para a criação do primeiro laboratório de DNA forense de MS, tornando o Estado um dos cinco primeiros do Brasil a contar com estrutura própria para esse tipo de análise.
À frente do IALF — responsável por perícias nas áreas de biologia, bioquímica, física, química e toxicologia — a diretora se destacou por liderar avanços técnicos e estruturais que consolidaram o instituto como referência nacional na análise de drogas ilícitas. “Josemirtes representa um exemplo de dedicação, competência e visão institucional. Sua atuação tem elevado o nome da perícia criminal de Mato Grosso do Sul a níveis de excelência”, declarou o vereador Dr. Lívio.
O reconhecimento reforça a importância da valorização dos profissionais da Polícia Científica e do investimento em infraestrutura e capacitação técnica para a promoção da justiça e da segurança pública.
Assessoria de Imprensa do Vereador
Thales Bretas foi vítima de um golpe recentemente e usou o Instagram, na terça-feira (15/7), para dar detalhes do caso e fazer um alerta aos seus seguidores. Tudo aconteceu quando o dermatologista pegou um taxi na rua.
“Tô fazendo esse vídeo hoje pra alertar vocês de uma picaretagem nova, não tão nova, que tá rolando por aí, que eu caí semana passada. O golpe da maquininha do cartão. Eu tava indo num restaurante com uma amiga, peguei um táxi na rua, porque tava com pressa, e o taxista me deixou no restaurante, era próximo, mas ele mandou eu descer, que o carro tava esquentando”, começou.
Em seguida, o médico deu mais detalhes: “Ele saiu do táxi, abriu o capô, disse que era perigoso a gente ficar dentro, a gente desceu rápido. Tudo no teatro, a corrida ficou em R$ 15, ele mostrou o visor do celular dele e usou aquela maquininha que, geralmente, é conectada num celular, e que você não vê visor, que é uma máquina menor”, recordou.
E continuou com seu relato: “Digitei a minha senha do cartão, ele disse que tinha que ser presencial, o cartão físico, e, por sorte, eu tava com o cartão, ainda falei isso com ele, porque, normalmente, a gente quase não sai hoje em dia, usa muito mais aproximação. Ele passou um valor exorbitante, muito maior do que o da corrida”, contou.
Logo depois, ele opinou: “Provavelmente, ele me mostrou outro celular, porque, geralmente, o taxista ou motorista de aplicativo tem dois celulares, né? Então, ele me mostrou um celular e a cobrança do cartão devia estar vinculada a outro celular”, disse.
Thales Bretas ainda relatou como ficou sabendo do golpe: “Eu, na hora, não maldei e logo vi o SMS dizendo o valor totalmente discrepante da transação. E o cara já tinha saído, porque ele disse que ia arrumar o carro dele, correndo. Fiz um boletim de ocorrência”, garantiu.
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Thales Bretas
Claudio Fernandes/Foto cedida ao Metrópoles 2 de 8
Thales Bretas
Foto: Instagram/Reprodução3 de 8
Paulo Gustavo, Thales Bretas e os filhos Romeu e Gael
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Paulo Gustavo e Thales Bretas
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Paulo Gustavo e Thales Bretas
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Thales Bretas voltou a Nova York e prestou homenagem ao ator Paulo Gustavo
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Paulo Gustavo e Thales Bretas
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Paulo Gustavo e Thales Bretas eram casados desde 2015
Reprodução
Ele ainda deu dicas para que os fãs evitem ser vítimas: “Mas estou falando isso, porque outras pessoas podem ser vítimas desse golpe. Então, acho que a mensagem de alerta é: fique atento a quem está dirigindo para você, fotografe a placa, o veículo e a credencial da pessoa, se não for por aplicativo, em que tudo está registrado no celular. Mesmo quando for por aplicativo, confira o nome com a pessoa e com a identidade visual, facial da pessoa, confira sempre o taxímetro, porque também existe o golpe do taxímetro”, pontuou, antes de completar:
“Quando te entregarem a maquininha, confira o valor, peça para conferir, não tenha vergonha, não tenha pressa, como eu estava atrasado para entrar no restaurante. Cuidado ao digitar a senha e cuidado com os golpes. Eu fui vítima desse, mas sei que muitas pessoas são vítimas cada vez mais. O meu papel aqui é alertar para ter menos vítimas a cada dia desses pilantras tentando se dar bem em cima da gente”, encerrou.
Há coisas na administração pública brasileira feitas, desde o início, para não dar certo. Em abril deste ano, a coluna questionou a Universidade Federal do Paraná (UFPR) por contratar, por R$ 40 milhões, uma empresa de Cleyton Amanajás para fornecer refeições para a instituição de ensino. Antes de ser contemplado com o contrato milionário, o empresário de 32 anos foi preso pela Polícia Federal em operação que investigou superfaturamento de quentinhas no Instituto Penitenciário do Amapá.
Na ocasião, a UFPR emitiu uma nota defendendo a contratação. Alegou que a escolha se deu por processo licitatório. Agora, contudo, professores e estudantes da universidade estão sem refeição porque a Cozinha Goumert, companhia de Amanajás, rompeu unilateralmente o contrato. O acordo previa o fornecimento de café da manhã, almoço e jantar à comunidade acadêmica.
Em comunicado oficial publicado no domingo (13/7), a UFPR reclamou da atitude do empresário: “A Universidade Federal do Paraná foi informada no último domingo (13/7/2025) pela empresa Cozinha Gourmet — responsável pelos restaurantes universitários de Curitiba — sobre a sua decisão unilateral de romper o fornecimento de refeições, sem o cumprimento dos prazos estabelecidos em contrato. A Universidade considera a decisão da empresa intransigente e infundada, uma vez que impacta, no período de férias, até 2 mil estudantes e servidores.”
Para mitigar os impactos, a UFPR notificou formalmente a empresa e exigiu a manutenção dos serviços por 90 dias. Também iniciou a contratação emergencial de uma nova prestadora de serviços de alimentação e articula parcerias com a UTFPR para atender estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
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O empresário Cleyton dos Santos Amanajás, 32 anos, foi solto 8 dias depois por decisão do desembargador Mário Mazurek.
Reprodução/X2 de 3
Deflagrada em 10 de março de 2022, a operação “Blindness” teve início após a PF levantar suspeitas ao prender a nutricionista responsável pela cozinha do presídio.
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A Cozinha Gourmet fica localizada na Avenida Hermes Monteiro da Silva, nº 2791, Novo Horizonte, em Macapá (AP).
“A Universidade Federal do Paraná preza por um serviço acessível de qualidade nos RUs (restaurantes universitários) e manterá boletins frequentes até o retorno à normalidade em Curitiba”, informou a UFPR em nota divulgada em seu perfil no Instagram.
Cleyton Amanajás foi preso em 2022 pela Polícia Federal na operação “Blindness”, que investigou a entrada de drogas, arma de fogo e celulares em um presídio de Macapá (AP). Ele foi solto oito dias depois, por decisão judicial que considerou a ordem de prisão baseada em “fatos genéricos”.
No ano passado, o Ministério Público do Amapá abriu inquérito para investigar se a empresa dele inseriu refeições fictícias no sistema do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá e pagou propina à servidora responsável pela fiscalização.
A Fundação Social do Trabalho (Funsat) realiza nesta quarta-feira, 16 de julho, mais uma edição da “Super Quarta”, com atendimento especial de recrutamento das 13h às 16h na sede da fundação. Nesta edição, 200 empresas de Campo Grande oferecem um total de 2.005 vagas de emprego, incluindo processos seletivos imediatos com analistas de três grandes empresas: Supermercado Pires, Grupo Mais Farmácias e Steribio Esterilização.
Serão disponibilizadas até 400 senhas para triagens presenciais, e a ação deve entrar para o calendário fixo da Funsat, sempre às quartas-feiras no mesmo horário e formato. No total, estão abertas 128 funções com seleção ativa, sendo que 66 delas não exigem experiência prévia.
Entre as oportunidades com maior número de vagas estão auxiliar de limpeza (180), operador de caixa (249), auxiliar de logística (65), atendente de padaria (24), auxiliar de cozinha (33) e fiscal de prevenção de perdas (31), entre outras. Também há oportunidades exclusivas para pessoas com deficiência (PCDs), como auxiliar de linha de produção, empacotador à mão e auxiliar administrativo.
Para participar dos processos seletivos, é necessário estar com o cadastro atualizado na plataforma do Sine. A Funsat atende das 7h às 17h na Rua 14 de Julho, nº 992, Vila Glória. Todas as vagas e serviços são gratuitos e realizados pela Prefeitura de Campo Grande em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego.
A relação completa de vagas está disponível no site:
https://www.campogrande.ms.gov.br/funsat/artigos/vagas-ofertadas
Mais informações pelo telefone (67) 4042-0585, ramal 5800.
Alvo de ataques do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve se afastar, nos próximos dias, dos holofotes da negociação sobre o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil. Empresas paulistas devem ser as mais afetadas pelas tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileios exportados aos EUA.
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que Eduardo agiu “sob emoção” e outros integrantes da família se mobilizaram para amenizar o discurso radicalizado do filho 03. De outro lado, Tarcísio já fez o que lhe cabia nesta fase das conversas e novos movimentos públicos apenas aumentariam o risco de desgaste do chefe do Palácio dos Bandeirantes, que recebeu críticas de todos os lados.
“Na cabeça dele, ele precisava entrar para ajudar as empresas. Agora, está mais tranquilo”, disse ao Metrópoles um aliado do governador.
A avaliação de auxiliares é que, após ter endossado as críticas de Trump ao processo envolvendo Bolsonaro e criticar a diplomacia do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tarcísio fez o que estava ao seu alcance como governador: procurou a embaixada dos EUA para expor os impactos das tarifas para os exportadores de São Paulo e se reuniu com os empresários para se colocar à disposição de ajudá-los nas negociações.
Segundo fontes próximas a Tarcísio, após se ver no centro da polêmica do tarifaço, recebendo críticas de vários lados, a tendência é que o governador se distancie do tema.
Um economista de uma gestora de investimentos disse que a interpretação mais popular na Faria Lima é de que Tarcísio foi “inábil” na condução do caso, que consiste em um difícil equilíbrio entre os desejos da família Bolsonaro e do “eleitor médio”. A reunião com empresários na sede do governo paulista, porém, foi um sinal positivo.
“Movimento positivo, mas com impacto marginal. Precisará de um tempo para apagar a má impressão de pouca experiência política”, afirmou.
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O governador Tarcísio de Freitas, durante balanço de fim de ano, em 2023
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Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro
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Tarcísio assina acordo com o presidente Lula e o vice, Geraldo Alckmin
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Tarcísio de Freitas dá início à operação do Tatuzão nas obra da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo
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Tarcísio e o prefeito da capital, Ricardo Nunes
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Tarcísio de Freitas, na B3, durante leilão do Trecho Norte do Rodoanel
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Tarcísio de Freitas participa da Marcha para Jesus em São Paulo
Fabio Vieira/Metrópoles
Empresários que participaram da reunião no Palácio dos Bandeirantes saíram com a impressão de que, a partir de agora, o governador agirá “sob demanda” e ajudará as negociações nos bastidores e em pontos específicos.
Aliados de Eduardo Bolsonaro criticaram, sob reserva, a atitude do deputado licenciado diante da ameaça de Trump de aplicar uma sanção econômica ao Brasil. O parlamentar, que já vêm publicando mensagens indiretas sobre Tarcísio de Freitas, citou o governador para criticá-lo, enquanto ele se reunia com empresários.
“Se você [governador Tarcísio de Freitas] estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, escreveu Eduardo, em publicação no X.
Na avaliação de uma pessoa próxima a Eduardo, o deputado licenciado teria agido na emoção “de quem está no front” e que a briga pública não deve prosseguir.
“O Eduardo está na linha de frente e está tomado pela emoção. O Tarcísio está numa posição aqui mais estratégica. Está olhando para umas coisas e o Eduardo está olhando outras coisas. Acho que não vai ter mais post de nenhum lado contra ninguém”, diz um aliado do filho 03.
Outro aliado diz que Eduardo se sente pressionado, já que o governo de Lula conseguiu emplacar uma estratégia comunicacional sobre a taxação que se mostrou eficiente e já rendeu melhora na popularidade do presidente.
“O problema é se colar na cabeça da população que foi a influência do Eduardo com Trump, que taxou todo o país”, disse um deputado do PL.
A busca de Eduardo pelo confronto contra Tarcísio também é vista por aliados como “ciúme”. Mais palatável ao Centrão, o governador de São Paulo aparece como um candidato mais viável ao Planalto, enquanto partidos importantes da centro-direita são resistentes a eventual candidatura de Eduardo.
Diante da bronca do filho 03 do ex-presidente, os irmãos mais velhos do deputado licenciado, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador do Rio, Carlos Bolsonaro, já foram a público defender o governador de São Paulo.
Nessa terça-feira, Jair Bolsonaro disse ter ligado para Eduardo e Tarcísio para encerrar a troca de farpas e colocar “uma pedra em cima desse assunto”.
O parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) negando a possibilidade de perdão judicial e sugerindo uma redução de pena no patamar mínimo de 1/3 pela colaboração premiada de Mauro Cid pode colocar em xeque o futuro do réu na carreira militar e a manutenção de seus benefícios como membro do Exército.
Mauro Cid é réu na trama golpista ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do general Braga Netto e outras cinco pessoas. Em alegações finais na segunda-feira (14/7), a PGR reiterou ao Supremo o pedido para condená-los por diversos crimes, inclusive golpe de Estado.
Ele atuou no processo como colaborador da investigação, delatando uma sequência de fatos investigados pela PF que envolviam o suposto plano de golpe que se desenrolou a partir de 2022. Em contrapartida, tem o direito a certos benefícios, como a possibilidade de redução de pena em caso de condenação.
Como mostrou a coluna, a Procuradoria citou supostas “omissões” de Cid em sua delação, e por isso, mesmo entendendo que seus depoimentos ajudaram na investigação, diz que ele não teria cumprido integralmente com seu dever de colaborador. Nesse sentido, sugeriu que a redução de pena concedida a ele deveria ser fixada no patamar mínimo de ⅓.
Uma das cláusulas no acordo de sua colaboração premiada era a possibilidade de perdão judicial ou uma pena menor que dois anos. O limite da pena era algo almejado por Cid por causa de sua carreira militar, já que oficiais podem ser considerados indignos para a função e perder a patente caso condenados a uma sentença superior a dois anos de reclusão.
A manutenção de seu posto, assim como dos benefícios da carreira militar, eram umas das prioridades de Cid ao firmar o acordo de colaboração premiada. Essa estratégia, contudo, pode estar sob risco.
Apesar da manifestação da PGR, cabe aos ministros do Supremo a palavra final sobre a pena de Cid e em quais termos serão aplicados os benefícios da colaboração premiada. Nesse caso, o colegiado responsável pela análise da ação pode acatar, ou não, os pedidos de Gonet.
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Hugo Barreto/Metrópoles2 de 4
Tenente-coronel Mauro Cid
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto3 de 4
Mauro Cid e o advogado César Bittencourt durante julgamento no STF
Fellipe Sampaio/STF4 de 4
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Cid foi acusado pela PGR por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Especialistas em Direito Militar ouvidos pela coluna apontam para um cenário concreto de risco penal para o réu. Segundo a advogada Lorena Nascimento, advogada especialista em Direito Constitucional e membro da Comissão de Direito Militar da OAB/MG, se houver condenação em parte significativa das imputações, a pena pode superar dois anos, “o que já seria suficiente para a análise da perda de patente”.
A advogada avalia que o desfecho da situação de Cid ainda depende da avaliação do próprio Supremo, mas que devido às inúmeras imputações e o baixo desconto na pena sugerido pela Procuradoria, existe uma grande possibilidade de o militar ser julgado posteriormente pelo STM, visto à obrigatoriedade da abertura do processo para analisar se um oficial é digno ou não do posto em casos de penas superiores a dois anos de reclusão.
“Isso são conjecturas, porque tem que pensar em como um ministro [do STF] vai avaliar, sopesar provas e julgar. Então, estamos no campo das ideias. Mas, de toda forma, acredito que existe uma grande probabilidade de ele ter uma pena maior que dois anos e, com isso, ser julgado pelo STM”, afirmou à coluna.
Já o advogado Silvio Freitas, especialista em Direito Militar, também avalia que, diante das imputações a Mauro Cid pela PGR, e levando em conta outras condenações do Supremo em casos semelhantes, é plausível que a pena do ex-ajudante de ordens supere o patamar de dois anos.
A perda do posto e da patente, no entanto, não é automática. Para tanto, é necessário que o militar seja submetido a um julgamento no STM, tribunal que avalia se o oficial seria indigno de exercer o posto, com a consequente perda da patente.
O tema inclusive já foi discutido pela presidente do STM, a ministra Elizabeth Rocha, que suscitou a possibilidade de perda da patente pelo também réu na trama golpista, Jair Bolsonaro.
Há duas hipóteses para que um militar seja considerado indigno e perca o posto. O primeiro pode acontecer mesmo com uma condenação inferior a dois anos, e parte de dentro da Força à qual o militar pertence.
Nesse caso, como explica o historiador Carlos Fico, o procedimento se dá por meio de um Conselho de Justificação, um processo de natureza administrativa. “Isso passa pela mão do Comandante de Força [Exército, Marinha ou Aeronáutica]. Mas de qualquer forma, isso tem que seguir para o STM”.
Já quando a condenação é superior a dois anos, o processo tem início na chamada representação para declaração de indignidade e incompatibilidade para com o oficialato, que fica sob a responsabilidade do Procurador-Geral da Justiça Militar.
Em ambos os casos, a decisão final fica a cargo do STM.
Segundo Fico, no entanto, há a ressalva de que o militar não é julgado novamente pelos crimes aos quais eventualmente foi condenado, restando ao colegiado uma análise sob o prisma da ética e da moral do oficial.
“É muito mais grave para um militar, inclusive, essa segunda etapa do que a condenação porque consiste em uma avaliação grave de sua indignidade para ser um oficial […] É, digamos, mais preocupante simbolicamente para os militares. Uma coisa é você ser julgado pela justiça comum por supostamente ter cometido um crime. Agora, outra coisa é você ser julgado pelo seus próprios pares”, afirmou à coluna.
Para além de uma eventual perda de patente, o militar também está sujeito, a depender da avaliação do STM, à perda de remuneração e benefícios, como plano de saúde ou transferência para a reserva remunerada.
Silvio Freitas pontua também que a Lei de Pensões Militares permite que os seus dependentes possam se habilitar para receber a pensão militar, que será deixada por ele. É o que se chama de “morte ficta”, e o direito a esse recebimento fica condicionado a um processo administrativo junto ao comando da Força correspondente.
O advogado também cita a possibilidade de o militar ser reformado, caso o tribunal militar não considere que ele seja indigno da função.
“O plenário do Superior Tribunal Militar pode entender que o oficial, mesmo condenado à pena privativa de liberdade superior a dois anos, não seja considerado indigno, mas reformando-o no posto em que se encontra […] Assim, ele vai manter as prerrogativas do posto, mas não poderá retornar ao serviço ativo do Exército”, afirma.
Os especialistas lembram, no entanto, que uma eventual condenação não é sinônimo de perda de patente.
Segundo a advogada Lorena Nascimento, apesar de a legislação militar estabelecer que nos casos de condenações penais acima de dois anos é obrigatória a instauração de processo judicial militar para análise da compatibilidade do condenado com sua função, a abertura desse processo “não implica, por si só, na perda automática da patente”.
“A Constituição Federal determina que, nesses casos, o oficial será julgado por um tribunal militar, que decidirá se ele permanece apto a integrar as Forças Armadas. Portanto, existe margem de interpretação judicial e de análise de mérito quanto à indignidade, o que impede que se afirme categoricamente que toda pena superior a dois anos leva necessariamente à perda da patente”, afirmou à coluna.
Ela ainda lembra da hipótese de o militar ir para a reserva, o que só pode ocorrer quando a pena não ultrapassa os dois anos ou se o STM decidir pela manutenção da patente.
“Nessa hipótese, mesmo com antecedentes criminais, ele ainda poderia ser transferido para a reserva, desde que atendidos os demais requisitos legais. No entanto, se a condenação for superior a dois anos e o STM entender pela indignidade, a demissão será inevitável, e não haverá direito à reserva ou proventos”, conclui Nascimento.