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Como PM teria fraudado sistema e apagado vídeo de ocorrência com morte


Para apagar o vídeo da câmera corporal de um soldado envolvido em uma ocorrência de homicídio, a major da Polícia Militar Adriana Leandro de Araújo teria feito uma série de manipulações no arquivo, por meio do sistema utilizado pela corporação, segundo registros obtidos pelo Metrópoles. Informações extraídas da plataforma Evidence mostram que, antes de ser apagado, o vídeo teve a data alterada e foi atribuído a um usuário anônimo.

O homicídio em questão aconteceu na tarde de 9 de março de 2024, no Morro do José Menino, em Santos, durante a Operação Verão. Joselito dos Santos Vieira, de 47 anos, foi morto com três tiros de fuzil e nove de pistola, em um suposto confronto com policiais militares. Parentes da vítima ouvidos pela reportagem na época questionaram a versão oficial e afirmam que Joselito não possuía arma de fogo. O caso foi arquivado em junho deste ano.

A gravação deletada foi captada pela câmera corporal do soldado Thiago da Costa Rodrigues. Nos inquéritos civil e militar, não há indícios de que o policial tenha feito disparos de arma de fogo. No entanto, ele estava na mesma viatura que os policiais que atiraram e são acusados pelo homicídio.

5 imagensMajor Adriana deleta vídeo da câmera corporal do soldado ThiagoPrint do sistema Evidence mostra vídeo apagadoPerfil do usuário anônimo "Usuário de Operações"Operações realizadas com "Usuário de Operações" no sistema EvidenceFechar modal.1 de 5

Histórico da gravação da bodycam do soldado Thiago mostra operações feitas por Major Adriana

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Major Adriana deleta vídeo da câmera corporal do soldado Thiago

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Print do sistema Evidence mostra vídeo apagado

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Perfil do usuário anônimo “Usuário de Operações”

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Operações realizadas com “Usuário de Operações” no sistema Evidence

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O vídeo foi introduzido no sistema Evidence às 5h17, de 10 de março de 2024, dia seguinte à ocorrência. Oito dias depois, em 18 de março, a major Adriana Leandro de Araújo acessou o arquivo às 16h28 e mudou o nome do policial envolvido. A filmagem foi atribuída a um usuário anônimo, com nome “Usuário de Operações”, cadastrado na plataforma com um e-mail externo ao da corporação, com o domínio “gmail”.

Mais tarde, às 17h01 daquele dia, a major alterou a data da ocorrência para 5 de janeiro de 2024. Ela também modificou o nome da ocorrência no sistema para “tt” e depois para “Z-13”, sigla que costuma ser utilizada em ocorrências envolvendo pequenas brigas, por exemplo, e que não está associada a homicídio.

Com essas modificações, seria impossível localizar o arquivo por meio de uma busca simples, já que ele não possui um código de identificação fixo.

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Mesmo assim, em 19 de março de 2024, dia seguinte às primeiras alterações, Adriana Leandro de Araújo acessou o arquivo mais uma vez. Às 12h43, ela apertou o botão “excluir”, para deletar o vídeo.

As operações no arquivo constam em uma auditoria de usuário feita pela Axon. O documento interno ao qual o Metrópoles teve acesso foi emitido em 26 de abril de 2024.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso é apurado em uma sindicância da Polícia Militar.

PMs envolvidos

No momento da ocorrência, o policial militar Thiago da Costa Rodrigues estava na viatura de código E-M12012, ao lado da subtenente Regiane Ribeiro De Souza, que efetuou três disparos de pistola calibre 22, do soldado Bruno Pereira dos Santos que fez dois disparos de pistola .40, e do cabo Felipe Alvaram Pinto, que efetuou três disparos de fuzil calibre 5.56, de acordo com informações do inquérito policial militar.

Em uma viatura de apoio, de código E-M12013, estava o cabo Bruno de Oliveira Silva, que teria efetuado um disparo de fuzil 7.62.

O então coordenador operacional da PM, coronel Gentil Epaminondas Carvalho, estava em uma viatura descaracterizada. Segundo a SSP, a participação do oficial em incursões da Operação Verão se deu para fiscalizar e orquestrar atividades de campo.

6 imagensMorro do José Menino, SantosMorro do José Menino, SantosMorro do José Menino, SantosMorro do José Menino, SantosMorro do José Menino, SantosFechar modal.1 de 6

Joselito dos Santos Vieira, vítima da PM

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Morro do José Menino, Santos

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Morro do José Menino, Santos

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Morro do José Menino, Santos

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Morro do José Menino, Santos

William Cardoso/Metrópoles

Coronel Carvalho, como é conhecido, era o chefe direto da major Adriana Leandro de Araújo, responsável por manipular e deletar a gravação da câmera corporal do soldado Thiago.

As equipes foram enviadas ao local porque, horas antes, o policial Ruterval Adriel Jorge havia sido baleado na região, em outra rua do Morro do José Menino.

Enquanto as equipes procuravam pelos suspeitos, Joselito foi morto na rua Pedro Borges Gonçalves, por volta das 16h40. A polícia diz que ele teria se escondido em uma garagem e atirado contra a equipe.

O laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) indica que o corpo Joselito foi atingido por 12 disparos, apesar de os policiais envolvidos na ocorrência e o IPM mencionarem apenas nove.

Sistema fraudável

O ex-PM Bruno Dias, especialista em provas digitais e um dos responsáveis por implementar o sistema de câmeras, afirma que, desde quando os aparelhos da Axon começaram a ser utilizados, policiais militares adotaram métodos para fraudar os vídeos, com o objetivo de apagar evidências contra si próprios.

Segundo ele, o sistema tem “inúmeras vulnerabilidades” e é “totalmente passível de fraude”.

O que diz a SSP

Questionada pelo Metrópoles, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que a denúncia citada pela reportagem é alvo de uma sindicância instaurada pela Polícia Militar para “apurar com o máximo rigor todas as circunstâncias relativas aos fatos”.

“A instituição reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e, acima de tudo, com a defesa da vida. Condutas incompatíveis com os princípios da instituição não serão toleradas. Caso seja confirmada qualquer irregularidade, as medidas cabíveis serão adotadas para garantir a responsabilização dos envolvidos”, diz nota enviada pela SSP.

A reportagem também enviou uma mensagem para a major Adriana Leandro de Araújo. Até o momento da publicação, não houve retorno. O Metrópoles não conseguiu estabelecer contato direto com o coronel Gentil Epaminondas Carvalho. Procurada, a empresa Axon também não respondeu. O espaço segue aberto para manifestações.



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“Fraude da fraude”: ouça áudios usados por entidade contra aposentados


A Controladoria-Geral da União (CGU) passou a investigar a “fraude da fraude” no INSS com o uso de áudios falsos por entidades para contestar pedidos de ressarcimento de aposentados e pensionistas que tiveram descontos indevidos de seus benefícios.

A CGU apura se entidades usaram documentação falsa, entre elas áudios editados, com o objetivo de comprovar a autorização de aposentados e pensionistas nos processos de ressarcimento pelos descontos indevidos da farra do INSS revelada pelo Metrópoles.

Em uma contestação, ao qual a coluna teve acesso, a entidade usa um áudio nome de uma aposentada para provar a autorização de outra aposentada com nome diferente.

Na gravação, uma atendente que fala em nome da Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec) chama a aposentada de “Vera Lúcia”. Na conversa, a aposentada “confirma” sua adesão ao clube de benefícios da entidade.

Ao final do contato, a atendente faz a leitura do termo de consentimento da aposentada, que autorizaria o desconto mensal de R$ 45 do benefício previdenciário.

“Autorizo”, diz “Vera” ao final da ligação. O áudio, no entanto, foi anexado pela Ambec no processo da aposentada Martha Lopes Carvalho, no aplicativo Meu INSS, em que ela contestou a autorização citada pela entidade.

A aposentada disse à coluna que ainda não recebeu o reembolso do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Ouça:

 

Um caso cujo áudio foi acessado pela coluna, o aposentado aparece falando apenas sim, após perguntas que parecem terem sido gravadas em um outro contextos e editadas com a inclusão da resposta “Sim”.

Nesse caso, o investigadores também suspeita de uma edição para mudar o contexto da reposta “Sim” dada pelo suposto aposentado.

 

Além de áudios supostamente editados, também está sob apuração da CGU o uso de documentos falsos, que têm sido apresentados por entidades nos processos de ressarcimento por meio do aplicativo Meu INSS e o uso de assinatura falsa em autorizações de desconto.

O movimento identificado pelas autoridades, como mostrou a coluna, tem sido tratado como uma “fraude da fraude”. O início do ressarcimento aos aposentados afetados pelos descontos indevidos começou na quinta-feira (24/7).

Em outro caso, o aposentado negou ter dado autorização para o desconto e, em seguida, a entidade apresentou áudios para comprovar a liberação. Como tréplica, o aposentado apontou que os documentos não eram válidos, o que foi acatado pelo INSS.

Os registros mostram que a autorização do aposentado foi formalizada pela Balcão das Oportunidades Serviços Administrativos Ltda, empresa que, segundo apuração da Polícia Federal (PF) na operação Sem Desconto, teria recebido R$ 9 milhões da Ambec.

 

Prédio do INSS em Brasília - MetrópolesPrédio do INSS em Brasília

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No áudio acessado pela coluna, o aposentado não revela o nome completo, depois utilizado no cadastro. Em seguida, confirma os dados e autoriza o desconto em uma gravação com indícios de cortes como os citados pelo funcionário da Balcão da Oportunidades em entrevista ao Metrópoles.

Um documento apresentado pela entidade também registra um endereço sem qualquer relação com o aposentado.

Em maio deste ano, o Metrópoles entrevistou um ex-funcionário da Balcão de Oportunidades que disse que a empresa era contratada para fabricar áudios fraudulentos utilizados como prova de que os aposentados se filiaram às associações envolvidas na farra do INSS.

O ex-funcionário detalhou como se dava as ligações para captar as falas dos aposentados que depois eram editadas e colocadas no contexto da autorização do desconto pelas entidades.

Como funcionava o esquema

  • O ex-funcionário, que trabalhou na Balcão das Oportunidades e falou sob condição de anonimato, disse que a empresa pagava por acesso a dados de aposentados e orientava funcionários a fazerem uma ligação inicial, na qual ofereciam vantagens ou até mesmo o cancelamento de descontos sobre suas aposentadorias.
  • Deste áudio, editores da empresa pinçavam somente a voz do cliente confirmando seus dados pessoais e dizendo palavras como “sim”. Na sequência, montavam outra versão, com diálogos em que o atendente oferecia a filiação às associações da farra dos descontos e o aposentado aceitava.
  • A empresa é citada nas quebras de sigilo bancário da Polícia Federal (PF), na Operação Sem Desconto, que investiga o esquema bilionário de fraudes sobre aposentados do INSS, revelado pelo Metrópoles.
  • O Balcão de Oportunidades recebeu R$ 9 milhões somente da Ambec, uma das principais entidades da farra dos descontos, e tem contratos milionários com a Cebap, segundo documentos obtidos pelo Metrópoles.
  • As associações são ligadas ao empresário Maurício Camisotti, suspeito de faturar mais de R$ 40 milhões com os descontos e de pagar propinas a diretores do INSS.
    Defesa

Defesa

A coluna procurou o INSS na manhã da quarta-feira (23/7) e questionou sobre a apuração da CGU relacionadas a suspeita de uso de documentação falsa pelas entidades. No final da tarde do mesmo dia, o INSS enviou uma nota sem responder quais medidas haviam sido tomadas, quais entidades sob suspeita e quantos casos estão sob suspeita.

Já na quinta-feira (24/7), após os questionamento da coluna, o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, confirmou em entrevista a rádio CBN que entidades tentaram fraudar o ressarcimento com o uso de assinaturas falsas e áudio. Ele classificou o episódio como “fraude da fraude”.

Em nota enviada à coluna, o INSS afirma que “a comprovação por parte das entidades exige a apresentação conjunta de três itens — documento de identidade com foto, termo de filiação e termo de autorização de desconto —, não havendo previsão para o uso de gravações de áudio como comprovante.”

“Não confirmando as informações disponibilizadas pela entidade, o processo é encaminhado para auditoria interna, e a entidade associativa é notificada para que realize a devolução dos valores. Se a associação não fizer a devolução, o beneficiário será orientado sobre as medidas judiciais cabíveis”, diz a nota.

Já a defesa de Camisotti afirmou que o empresário e suas empresas não se envolveram em irregularidades de qualquer natureza.

“A Benfix, empresa da qual Maurício Camisotti é sócio desde 2006, foi contratada para fornecer gestão tecnológica e administrativa profissional às associações”, disse em nota à imprensa.

A defesa também ressalta que a Benfix não tinha a atribuição de captação de novos associados e que isso ficava a cargo de correspondentes bancários e empresas de telemarketing, que eram contratadas diretamente pelas associações, “de forma totalmente independente”.

“O empresário contratou uma renomada multinacional de investigação corporativa para analisar minuciosamente todo o funcionamento das associações. Os resultados completos dessa análise serão prontamente enviados às autoridades competentes”, concluiu.

A Ambec, por sua vez, afirma que a captação de áudio é tarefa prestada pelos correspondentes bancários que praticam a atividade de captação de novos associados para a Ambec, assim como para outras entidades e bancos em todo o Brasil. Nesse caso, diz que “não é de sua responsabilidade e a prática de atividade de captação do áudio que confirmou a livre afiliação da beneficiária Sra. Martha Lopes Camargo”.

Segundo nota enviada à coluna pela defesa da Ambec, esses correspondentes bancários, após realizarem o procedimento de afiliação, enviam para a AMBEC um “kit” de afiliação contendo: (i) ficha de autorização; (ii) documentos pessoais; (iii) e o referido áudio decorrente de ligação realizada pelo correspondente bancário.

A entidade ainda relata que recebeu o “kit” de afiliação do correspondente bancário Balcão das Oportunidades, e que repassou tal kit ao sistema PDMA do INSS, de acordo com a própria instrução normativa que regulamenta esse tema.

“A AMBEC não pode ser responsabilizada pela coleta do áudio, porque não é responsável pela sua captação. Também não pode ser responsabilizada por eventuais documentos trocados no momento do tratamento e manipulação de organização dos documentos após enviados e internalizados no sistema PDMA do INSS”, afirma.

Segundo a associação, o sistema PDMA do INSS tem apresentado problemas de instabilidade, possivelmente dado ao volume de informações e documentos enviados por diversas entidades, “podendo ser essa a razão da confusão no caso presente”. A entidade afirma que um mandado de segurança foi impetrado pela Ambec para “narrar as possíveis trocas de dados de associados no sistema PDMA do INSS”.

“Reforça-se, assim, que a Associação identificou o áudio referente à beneficiária Sra. Martha Lopes Camargo, decorrente de ligação realizada pelo correspondente Balão das Oportunidade e Serviços Administrativos Ltda., que está devidamente arquivado e à disposição. Bem por isso que a AMBEC já notificou o INSS solicitando a devida correção”, diz a nota.

A entidade também reforça que a captação e prospecção de possíveis associados não é realizada diretamente pela associação e, portanto, “se algum tipo de fraude e/ou vício de consentimento houve, tal conduta ocorreu no momento da prospecção e afiliação de novos associados, atividade essa prestada por empresas privadas e não pela AMBEC. Se qualquer fraude ocorreu, a associação é tão vítima quanto seus associados”, conclui a entidade.



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Cirurgião plástico acumula denúncias de crimes sexuais em consultório


O cirurgião plástico Márcio Simões de Oliveira, de 47 anos (imagem em destaque), acumula duas denúncias do Ministério Público de São Paulo (MPSP) por importunar sexualmente pacientes, além de ser investigado pela Polícia Civil, pelo mesmo crime. Em um dos casos, durante um retorno pós-cirúrgico, ele teria tentado beijar a boca da vítima.

Formado em 1997 e com registro de qualificação de especialista em cirurgia plástica, o médico aguarda a sentença de um  dos casos, cujas alegações finais foram feitas pela Promotoria neste ano. Nas três ocasiões, pacientes o acusaram pelo crime de importunação sexual mediante fraude.

Ao menos 40 supostas vítimas dele atualmente se organizam em um grupo de mensagens, para compartilhar casos de crimes sexuais e, também, supostos erros médicos — ainda não denunciados formalmente às autoridades e órgãos fiscalizadores.

O Metrópoles entrou em contato com o profissional, nessa sexta-feira (25/7), sem sucesso. O espaço segue aberto para manifestações dele ou de sua defesa.

Caso mais recente

Acompanhada de uma amiga e do companheiro, uma mulher de 41 anos procurou por Márcio Simões para uma primeira consulta, na qual iria requisitar a colocação de silicone nos seios. Ao entrar no consultório, foi acompanhada pela amiga, enquanto o marido a aguardou na sala de espera. Era fim de tarde do dia 18 de março deste ano, na Bela Vista, no centro paulistano.

5 imagensEle se formou em 1997Médico responde na Justiça por importunação sexualCirurgião teria tentado beijar paciente em consulta pós-cirúrgica Márcio Simões é atualmente investigado pela Polícia Civil Fechar modal.1 de 5

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Ele se formou em 1997

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Médico responde na Justiça por importunação sexual

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Cirurgião teria tentado beijar paciente em consulta pós-cirúrgica

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Márcio Simões é atualmente investigado pela Polícia Civil

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A vítima relatou à Polícia Civil que a consulta transcorreu “normalmente”, até o momento em que o médico passou a examiná-la

Quando ela retirou a blusa, para os seios serem avaliados, o cirurgião “sequer olhou”. Ao invés disso, ele teria puxado a vítima na direção de seu abdômen e falado: “Nossa que mulher gostosa, que abdômen lindo, vou fazer uma abdominoplastia, você vai ficar mais gostosa ainda”.

A vítima, segue o depoimento à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), corrigiu o médico, endossada pela amiga, que reforçou que estavam ali para a vítima colocar prótese nos seios.

Convite para sair

Ignorando a paciente, o médico seguiu chamando-a de gostosa, enquanto emitia sons, além de impedir a mulher de fechar a camisa, puxando-a.

Ao ser inquirido se iria ver os exames da paciente, o médico afirmou que estaria separado e ofereceu o número do telefone para ser contatado.

“Ela é casada e o marido está lá fora”, alertou a amiga e, agora, testemunha do crime.

O médico, ainda segundo depoimento da vítima, não se inibiu com o alerta da testemunha e, ao constatar uma inflamação na panturrilha da vítima, constante em um dos exames, sugeriu de avaliá-la.

“Hoje vai ter festa”, teria afirmado Márcio Simões, enquanto apalpou as nádegas, coxas e pernas da mulher. Ele ainda falava “gostosa” e virou-a abruptamente, abaixando a calcinha da vítima, acrescentando: “Deixa eu ver essa xoxota”.

A paciente ficou sem reação durante o abuso, até que conseguiu se desvencilhar, se vestir, pegar seus exames e sair do local. Ela acrescentou também que não reagiu por temer a reação do marido.

O caso ainda é investigado pela Polícia Civil de São Paulo.

Aguardando sentença

O cirurgião plástico foi denunciado pelo MPSP, em março de 2023, pelo crime de importunação sexual contra uma bancária de 31 anos, que era sua paciente.

Com a apresentação de sua defesa, por meio da qual nega o crime, e a denúncia do MPSP, o processo recebido pela 6ª Vara Criminal de São Paulo está em fase de aguardo de sentença.

A vítima relatou na ocasião do crime, no fim de 2018, que durante uma consulta de retorno de uma pós-cirurgia foi alvo de elogios “demasiados” e que, quando foi ajudar a mulher a vestir a cinta cirúrgica, o médico teria tentado beijá-la na boca, por duas vezes.

Com base no relato da vítima e testemunhas, o MPSP apresentou suas alegações finais, em 28 de fevereiro deste ano, solicitando a condenação do cirurgião por importunação sexual tentada.

Além do relato da bancária, a decisão foi pautada pela reiteração da forma de agir do médico, mencionada em outro processo, no qual ele foi réu.

O outro processo

Em 26 de junho de 2019, uma mulher foi ao consultório de Márcio Simões, na Vila Mariana, na capital paulista, para a retirada de uma queloide na orelha direita.

O namorado acompanhava a vítima e a aguardou, após ela entrar sozinha na sala do cirurgião, onde ele avaliou a queloide. Depois disso, ele teria passado a elogiar os seios da paciente e puxou para baixo a blusa e o sutiã dela, que conseguiu impedi-lo.

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Ele então passou a chamar a paciente de “gostosa”, questionou se ela “estava transando muito”, acrescentando, segundo o processo do caso, que “pelo jeito estava”.

À polícia, o médico relatou que teria se equivocado ao trocar a ficha de atendimento da vítima, acreditando que ela faria uma cirurgia na mama. Apesar disso, o MPSP inferiu que o médico praticou atos libidinosos na consulta, impedindo a livre manifestação da vítima ao realizar procedimentos inadequados “para satisfazer sua lascívia”.

Suspensão

Em outubro de 2022, o MPSP solicitou a suspensão condicional do processo, por dois anos, desde que o médico se apresentasse bimestralmente em juízo, não saísse da comarca onde residia por oito dias — sem autorização judicial — além de ficar proibido de ir a bares ou locais de “reputação duvidosa”.

A proposta foi aceita pelo cirurgião e sua defesa.

Com o cumprimento das condições impostas, além do pagamento de R$ 1.212 para uma associação que cuida de crianças com câncer, a punibilidade do caso foi extinta, em outubro do ano passado.

O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) foi procurado pelo Metrópoles, mas não havia se posicionado sobre os processos criminais contra o médico até a publicação desta reportagem.  O espaço segue aberto.



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Tati Machado surpreende ao revelar data de retorno ao trabalho


Tati Machado se sentiu pronta para falar dos detalhes da perda do filho, Rael, na 33ª semana de gestação neste domingo (27/7). Em entrevista dada ao Fantástico, a jornalista também contou que já tem data para retornar ao trabalho. Ela estava afastada das funções desde que precisou induzir o parto do bebê.

Ainda de maneira discreta e no seu tempo, Tati marcará presença no Mais Você já nesta segunda-feira (28/7).

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“Amanhã [segunda-feira 28/7] eu vou estar na Ana Maria. O meu abraço mais esperado. Aos poucos eu vou voltando pros programas. O Dança dos Famosos vai entrar em nova edição e, como eu fui a última vencedora, eu vou estar lá também”, disse ela.

8 imagensTati Machado compartilha vídeo sorrindo e desabafa: "Me resgatar"Tati Machado e o marido, o cineasta Bruno MonteiroTati Machado e Bruno Monteiro."Pais sem filho no colo", afirma Tati Machado um mês após perder RaelA apresentadora Tati Machado.Fechar modal.1 de 8

Tati Machado fala pela 1ª vez sobre a perda de Rael: “Ferida acesa”

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Tati Machado compartilha vídeo sorrindo e desabafa: “Me resgatar”

Instagram/Reprodução3 de 8

Tati Machado e o marido, o cineasta Bruno Monteiro

Reprodução/Instagram @tati4 de 8

Tati Machado e Bruno Monteiro.

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“Pais sem filho no colo”, afirma Tati Machado um mês após perder Rael

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A apresentadora Tati Machado.

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Tati Machado posa com um meio sorriso para as redes sociais

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Tati Machado

Instagram/Reprodução

Bruno Monteiro, marido da jornalista, vê essa retomada como um processo de reconstrução. “Ela está voltando de um jeito diferente, mas com a mesma essência: de ser alegre, porque é o que ela é realmente”, falou.

A perda do bebê

Em entrevista ao Fantástico, Tati Machado contou que foi ao Rio de Janeiro, onde aconteceu um chá de bebê para o filho e, na volta para São Paulo, percebeu a ausência de movimentos do bebê na barriga. “Ele estava numa fase que era uma explosão de movimentos. E eu senti essa falta do movimento”, disse ela.

No dia seguinte, ela usou um aparelho caseiro para ouvir a movimentação do bebê e percebeu uma batida. Tati foi trabalhar normalmente. Mas, horas depois, decidiu ir em uma emergência ao ver a noticia da perda de Micheli Machado e Robson Nunes, que também estava no oitavo mês de gestação.

“Na mesma hora, o meu mundo parou”, disse ela, revelando que a médica havia informado que o coração havia parado. “Eu olhei pro Bruno, como a gente está aqui agora. Peguei na mão dele e falei: ‘A vida trouxe isso pra gente. E a gente vai ter que encarar juntos’”, lembrou Tati.

Ainda na entrevista, Tati Machado contou depois do diagnóstico, foi iniciada a indução do parto. Apesar da dor do momento, ela descreve o nascimento como um “parto lindo”. “O parto do Rael foi um parto lindo. Com toda a tristeza que existia ali, foi lindo”, disse.

Rael nasceu no dia 13 de maio, às 8h45 da manhã. “Quando a gente conheceu o Rael, foi o nosso momento de despedida também”, disse Bruno, marido da jornalista.

Segundo a apresentadora, a causa da perda não foi esclarecida. “Não tem nada da medicina que explica o que aconteceu com a gente. A gente fez autópsia, exames genéticos importantes… Nada”, contou Tati.





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