Mulher presa em 8/1 vai para SP após furar prisão domiciliar mil vezes


Iraci Megumi Nagoshi, de 73 anos, condenada a 14 anos de prisão após participar dos atos de vandalismo dentro do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro e que violou a prisão domiciliar, imposta pelo STF, em 949 ocasiões, foi transferida para Penitenciária Feminina de Sant’Anna, na zona norte de São Paulo.

A transferência ocorreu na última terça-feira (29/7), informação que foi confirmada pela defesa da presa e pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) nesta sexta-feira (1°/8).

Leia também

No último dia 16, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decreto a prisão preventiva de Iraci. Ela cumpria prisão domiciliar, mas descumpriu as medidas cautelares quase mil vezes por motivos como ultrapassar a área permitida, ausência de sinal de GPS e bateria descarregada do equipamento de monitoramento.

Defesa alega problemas de saúde e condições precárias

Em nota enviada ao Metrópoles, nesta sexta, a defesa de Iraci, liderada pelo advogado Jaysson França, alega que a mulher enfrenta um quadro de saúde delicado e que “está submetida a condições carcerárias que comprometem sua dignidade e sua vida”.

O posicionamento aponta que a mulher está dividindo cela com outras cinco presas e que é forçada a dormir no chão, sem condições mínimas de higiene.

Segundo os advogados, a mulher de 73 anos se recuperava de uma cirurgia no fêmur e, recentemente, sofreu um deslocamento no cotovelo, “o que reduziu drasticamente sua mobilidade e lhe causa dores intensas”. O ferimento aconteceu em um acidente doméstico, no dia 10 de julho deste ano.

8 imagensAto golpista de 8 de janeiro de 2023, em BrasíliaManifestantes vão às ruas no feriado do Dia da IndependênciaCena dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023Ação policial durante ataques de 8 de janeiro de 2023 em BrasíliaSedes dos Três Poderes foram depredadas no 8 de JaneiroFechar modal.1 de 8

Marcus Rodrigues/Metrópoles2 de 8

Ato golpista de 8 de janeiro de 2023, em Brasília

Hugo Barreto/Metrópoles
3 de 8

Manifestantes vão às ruas no feriado do Dia da Independência

Hugo Barreto/Metrópoles4 de 8

Cena dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023

Marcus Rodrigues/Metrópoles5 de 8

Ação policial durante ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília

Matheus Veloso/Metrópoles6 de 8

Sedes dos Três Poderes foram depredadas no 8 de Janeiro

Igo Estrela/Metrópoles
7 de 8

Bolsonaristas invadiram Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023

Igo Estrela/Metrópoles8 de 8

Ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023

Igo Estrela/Metrópoles

Além das lesões ortopédicas, Jaysson França diz na nota que a cliente apresenta um quadro grave de gripe e que não tem acesso a tratamento médico ou medicamentos. “Dada a sua condição de encarceramento devido a superlotação, falta de higiene e ausência de cuidados básicos de saúde, há um risco elevado de que seu quadro evolua rapidamente para uma infecção generalizada ou pneumonia, com consequências potencialmente fatais”.

A defesa ainda diz que a SAP e o ministro Alexandre de Moraes não tomaram providência para a situação da presa, que, segundo os advogados, tinha um atendimento médico para tratar do cotovelo no dia 24 de julho.

O Metrópoles questionou a SAP sobre esses apontamentos da defesa, mas não obteve retorno até o momento desta publicação. O espaço segue em aberto.

Justificativas anteriores

  • Em duas oportunidades anteriores — em outubro de 2024 e janeiro de 2025 —, Moraes chegou a aceitar as justificativas apresentadas pela defesa da ré. À época, no entanto, o ministro advertiu que os pedidos deveriam ser formalizados ao STF, e não decididos pela ré “por vontade própria”.
  • “Após as informações prestadas pelo Núcleo de Monitoramento Eletrônico de São Paulo, verifiquei que a executada tem descumprido reiteradamente, sem qualquer autorização desta Corte, a prisão domiciliar imposta, acrescida das demais medidas cautelares, para a realização de atividades recreativas como: musculação, hidroginástica e pilates”, escreveu Moraes.
  • “Essas circunstâncias por si só evidenciam o desprezo da reeducanda pela pena imposta e pelo próprio sistema jurídico, pois não respeita as normas e não cumpre as decisões judiciais”, completou o ministro ao decretar a prisão.

 



Veja a matéria Completa!

Cookie policy
We use our own and third party cookies to allow us to understand how the site is used and to support our marketing campaigns.

Hot daily news right into your inbox.