A busca por Dahiana Ferreira Bobadilla, de apenas 24 anos, terminou de forma brutal nesta sexta-feira (8). Desaparecida desde a última terça-feira (5), em Bella Vista Norte, no Paraguai, a jovem foi encontrada morta, enterrada em uma cova rasa às margens do rio Apa, já no lado brasileiro, em Bela Vista.
O corpo foi localizado por equipes da Polícia Civil de Bela Vista e da Polícia Nacional do Paraguai, que realizavam buscas conjuntas desde o desaparecimento. Segundo o delegado Renato Fazza, a cova estava próxima à região central da cidade, quase à beira do rio — um cenário que reforça o clima de choque e indignação na comunidade de fronteira.
Para a mãe, Rosa Selva Ferreira Bobadilla, a tragédia é o desfecho de uma ameaça anunciada. Ela contou que a filha vinha sendo intimidada pelo ex-companheiro, Dilson Ramón Frete Galeano, pai de seus três filhos, desde o fim do relacionamento.
“Ele disse que, se eles se separassem, algo aconteceria com ela. Agora, minha filha não volta mais para casa”, desabafou, emocionada. A família também afirma que o suspeito possuía uma arma de fogo.
Dilson é o principal suspeito do crime e está foragido. Brasileiro, ele já tem um mandado de prisão em aberto por roubo e, segundo informações de investigadores, teria fugido para Campo Grande após o assassinato. Durante as buscas, policiais encontraram, na casa dele, uma cova aberta e vazia. Em depoimento anterior, o suspeito alegou que o buraco serviria para queimar lixo — justificativa que agora reforça a suspeita contra ele.


O corpo de Dahiana foi encaminhado ao Núcleo Regional de Medicina Legal de Jardim para exames periciais. Enquanto isso, as autoridades brasileiras e paraguaias mantêm operações conjuntas para capturar o suspeito e esclarecer todos os detalhes do feminicídio.
O caso não apenas enluta duas cidades separadas apenas por uma ponte, mas também acende o alerta para a vulnerabilidade das mulheres que vivem sob ameaça. Em regiões de fronteira, onde a violência doméstica muitas vezes se perde entre jurisdições e fronteiras políticas, tragédias como a de Dahiana reforçam a urgência de medidas mais eficazes de proteção e prevenção.