A Bolsa de Valores da Argentina despenca nesta segunda-feira (8/9), depois do fiasco eleitoral do grupo político do presidente Javier Milei no fim de semana. Às 12h30, o índice Merval, o principal do mercado de capitais argentino, registrava queda de 13,08%, com 1.736.382 pontos.
Milei foi derrotado na eleição da província de Buenos Aires no domingo (7/9). O que chamou a atenção do mercado, contudo, foi o tamanho do tombo, que levantou dúvidas sobre o desempenho do grupo ligado ao atual presidente no pleito legislativo de 26 de outubro – a disputa atual é vista como prévia da votação no próximo mês.
Com quase 100% das urnas apuradas, a Força Nacional, uma coalizão unificada peronista-kirchnerista, obteve 41,75% dos votos. Já o partido de Milei, La Libertad Avanza (LLA), alcançou 34,15%.
Se em outubro houver uma derrota similar, os especialistas temem que o governo argentino terá dificuldade para prosseguir com as reformas econômicas em curso no país.
Condições instáveis
A Argentina passa por condições financeiras instáveis, com desvalorização do peso, queda da bolsa, expectativas de alta na inflação e denúncias de corrupção na administração. Acusações pesam, por exemplo, contra Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência.
Além disso, os juros reais argentinos estão acima dos 30%. A relação dívida/PIB, por sua vez, está em 73,1%, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
