O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), não descartou, neste domingo (14/9), a possibilidade de realizar ataques contra a Venezuela. Questionado por jornalistas, ele respondeu que espera “ver o que acontece”.
“Vamos ver o que acontece. A Venezuela está enviando para cá membros de gangues, traficantes e drogas. Não é aceitável”, declarou Trump.
Ele também foi questionado por um jornalista se cogita “livrar-se” do presidente venezuelano, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela), mas deixou a questão em aberto.
“Não é uma ‘opção’ ou ‘não opção’. Vamos ver. Ele teve uma eleição que estava errada, foi quase tão corrupta quanto a nossa eleição de 2020 (em que Trump perdeu a reeleição para o democrata Joe Biden). Você sabe disso? Sabe do que eu estou falando? Eu não diria que a deles foi muito mais corrupta, mas, certamente, foi corrupta”, disse Trump.
Assista:
Trump negou ataques
Em 5 de setembro, Trump negou que tenha planos para derrubar o governo de Maduro.
Na Casa Branca, o mandatário dos EUA foi questionado sobre a recente ofensiva do país sobre as águas do Caribe, e se o avanço tem como objetivo uma mudança de governo na Venezuela. Apesar de classificar a eleição que reelegeu Maduro como “muito estranha, para dizer o mínimo”, Trump negou que queira derrubar o herdeiro político de Hugo Chávez.
“Não estamos falando sobre isso”, disse o presidente dos EUA. “Eu só posso dizer que bilhões de dólares em drogas estão entrando em nosso país vindos da Venezuela”.
Recentemente, o Pentágono foi instruído a agir militarmente na América Latina, visando cartéis ligados ao tráfico internacional. A medida surgiu após mudanças na política externa norte-americana sobre o assunto.
Agora, grupos ligados ao tráfico de drogas foram classificados como organizações terroristas, o que, na prática, abriu brechas para a realização de operações militares em outros países com a justificativa do combate ao terrorismo.
Um dos cartéis apontados como grupo terrorista por Washington é o Los Soles, da Venezuela. Segundo o governo norte-americano, a organização é comandada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Atualmente, uma frota de navios de guerra dos EUA e caças F-35 patrulham as águas do Caribe, próximas à Venezuela. No início da semana, uma embarcação, supostamente venezuelana e carregando drogas, foi abatida pelas forças norte-americanas, matando 11 pessoas. De acordo com Trump, o barco pertencia à facção venezuelana Tren de Aragua.
Apesar da retórica sobre o combate ao tráfico internacional, a movimentação militar dos EUA na região tem sido apontada por Maduro como uma tentativa de interferência na soberania nacional da Venezuela, e cujo objetivo seria roubar o petróleo do país.