Oposição vê “solução paliativa“ em medidas do governo sobre alimentos


O líder da oposição ao governo na Câmara dos Deputados, deputado Zucco (PL-RS), afirmou nesta sexta-feira (7) que a proposta do governo, de zerar a alíquota de importação de alimentos, é uma “solução paliativa e ineficaz” e um “ato de desespero”. O parlamentar avalia que as medidas anunciadas para reduzir preços têm “impacto limitado” e não atacam os problemas estruturais do país.

“Zerar a alíquota de importação sem resolver as deficiências estruturais do setor agroalimentar é uma solução paliativa e ineficaz”, disse em nota oficial. Para o deputado, a medida pode “beneficiar grandes importadores e distribuidores, mas não necessariamente o consumidor final”, além de ter possível impacto na produção nacional.

Segundo ele, a resolução da alta de preços envolve o enfrentamento do déficit fiscal, o investimento em infraestrutura, a redução da carga tributária sobre a produção nacional e o fortalecimento de políticas agrícolas.

“O principal entrave para a redução dos preços dos alimentos não está na tarifa de importação, mas na própria cadeia produtiva nacional. O Brasil, apesar de ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo, enfrenta gargalos logísticos, alta carga tributária interna, concentração do setor agropecuário e dependência de insumos importados”, declarou.

Na quinta-feira (6), após uma série de reuniões, o governo anunciou que vai zerar a alíquota de importação de produtos como a carne (atualmente em 10,8%), café (9%), do açúcar (14%), milho (7,2%), óleo de girassol (9%), azeite de oliva (9%), sardinha (32%), biscoitos (16,2%) e massas alimentícias (14,4%).

“A medida parece mais um ato de desespero de um governo perdido e apavorado com os altos índices de desaprovação”, avaliou Zucco. A alta de preços dos alimentos é avaliada como um dos motivos para a queda na popularidade do governo Lula e aumento da desaprovação.

O governo também anunciou que irá zerar os impostos federais que incidem sobre a cesta básica. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), também fez um apelo para que governadores zerem o ICMS de itens da cesta.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também criticou as medidas anunciadas pelo governo federal. Para a bancada ruralista, a maior do Congresso, a redução mais eficiente para combater a inflação de alimentos é a “colheita da safra brasileira que ocorre nos próximos meses e a correção de ações que impactam diretamente o custo de produção no Brasil”.

Governistas defendem

Congressistas da base aliada do governo têm defendido as medidas anunciados pelo Executivo. No X (antigo Twitter), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que as medidas vão contribuir para reduzir preços e combater a inflação de alimentos. “Não será a única iniciativa com este objetivo, que pode contar também com a participação dos governos estaduais, reduzindo ou tirando impostos da cesta básica, como já faz o governo federal”, ressaltou.

A deputada assumirá, na segunda-feira (10), o cargo de ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e passará a ser responsável pela articulação política do governo com o Congresso.



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