A moda autoral brasiliense foi celebrada nessa sexta-feira (27/6), no Centro Universitário IESB, com o desfile Ciclo do Efêmero, promovido pelos alunos do curso de Design de Moda. Os dois grandes eixos temáticos da noite foram o período Barroco e a sustentabilidade na moda.
Vem conferir!
Momentos antes do desfile começar
Primeiro bloco: período Barroco
Misticismo e êxtase religioso foram os principais subtemas que inspiraram os designs criados pelos calouros do curso de moda do IESB. Responsáveis pelo primeiro bloco do desfile — e, portanto, pela abertura da noite —, os alunos foram orientados a mergulhar nas referências do período Barroco, escolhendo elementos que dialogassem com a proposta artística de cada criação.
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O corset criado por Luíza Mologni e Liz Silva é adornado com espadas e um coração, em referência às armaduras usadas pelas Amazonas
O look criado pelas alunas Ana Letícia Gomes e Gabriela de Oliveira traz um leque que simboliza a grandiosidade, adornado com arabescos e elementos do estilo rococó
A barra da saia concebida por Anny Cristina foi queimada propositalmente como uma referência às perseguições históricas durante a caça às bruxas
A forma como as mulheres eram tratadas e perseguidas por motivos religiosos foi um tema recorrente entre as abordagens escolhidas pelos alunos. Por meio de diferentes materiais e texturas, a mensagem transmitida era unificada: é necessário refletir sobre acontecimentos do passado que ainda reverberam nos dias de hoje.
“Trouxemos esse contraste do passado e de hoje em dia com o feminicídio. Ainda existe uma certa caça às bruxas”, pondera a aluna Anny Cristina.
Segundo bloco: sustentabilidade na moda
No segundo bloco do desfile, os alunos foram responsáveis por criar, no mínimo, três looks. Nessa etapa, a sustentabilidade foi o tema central, incentivando o uso de materiais descartados, peças doadas e outros recursos reaproveitados.
A aluna Maria Luíza confeccionou o casaco principal de sua coleção a partir de um tapete doado
Entre os destaques da noite, a coleção Aura Dândi, assinada pela estudante Maria Luíza, foi inspirada no estilo dos dândis dos anos 1920. A jovem artista elegeu a representatividade como o principal conceito a ser transmitido por meio de suas criações.
Para o segundo bloco, os alunos tinham que levar a durabilidade das peças em consideração
A estudante Gina se inspirou nas subculturas japonesas para a criação de três looks
Terceiro bloco: formandos
Para encerrar a noite com chave de ouro, os formandos do curso de Moda do IESB foram desafiados a ressignificar peças de brechós, retalhos e tecidos de refugo — materiais que, por estarem no fim do rolo e apresentarem falhas na trama ou na padronagem, seriam normalmente descartados. A proposta central era dar nova vida a essas roupas, reforçando a ideia de uma moda feita com consciência e propósito.
A aluna Letícia Coury assina a coleção Noir
Para a aluna Letícia Coury, a principal inspiração veio do cinema Noir, com seus filmes em preto e branco, e da imagem da femme fatale. Transportando esse universo para o contexto contemporâneo, a artista buscou subverter expectativas de gênero, repensando peças tradicionalmente femininas para o público masculino — como corsets, croppeds e calças que simulam saias.
As peças foram feitas com upcycling e tecidos de refugo
O cinema Noir é a inspiração central da coleçãoOutro pré-requisito era a criação de um acessório para acompanhar as coleções. Entre os destaques, estão as bolsas desenvolvidas pelo aluno Alexandre Freitas. Na coleção Ctrl Alt Del, ele revisitou um projeto do primeiro semestre que não teve sucesso, alinhando-se ao tema da universidade de ressignificar algo. Aplicando técnicas aprendidas ao longo do curso, o aluno utilizou o patchwork para unir todos os tecidos da coleção em uma calça, que compôs o look final.
Coleção Ctrl Alt Del
Bolsa por Alexandre Freitas
Look final com calça de patchwork
Para a designer veterana Keyko Saito, a moda deve estar sempre acompanhada de propósito. Em sua coleção, ela escolheu dar visibilidade ao projeto Fantástico Mundo Cão, que resgata cães abandonados. Criada por Thaís Rodrigues e Carolina Ferrari, a iniciativa também foi responsável por treinar os pets que participaram do desfile das peças assinadas por Saito.
Keyko Saito e modelos
A estudante se inspirou na filosofia japonesa do Kintsugi, que consiste em reparar objetos quebrados com ouro, valorizando suas imperfeições em vez de escondê-las — e, assim, dando-lhes uma nova vida.
“Com essa ideia de sustentabilidade e reparar coisas que eram quebradas, eu imaginei que o que poderia fazer mais sentido era trazer cachorros que estão para adoção, para eles terem essa oportunidade de ganhar uma família e ganhar o ouro que eles merecem”, acrescentou a estudante.
Pet na passarela
A principal cor da coleção é o azul
Veja mais sobre o desfile
11 imagens
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Vestido de noiva
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Vestido verde com flores
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Bastidores
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Paletó
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Vestido rosa estruturado
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Terceiro bloco
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Subcultura japonesa
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Primeiro bloco
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Modelos
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Terno masculino
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Terceiro bloco
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