Após vitória, Milei diz que partido de centro-direita de Macri é “obsoleto“


Depois de seu partido político, A Liberdade Avança, ter sido vitorioso nas eleições legislativas na cidade de Buenos Aires, o presidente argentino Javier Milei afirmou nesta segunda-feira (19) que o Proposta Republicana (PRO), partido de centro-direita, do ex-chefe de Estado Mauricio Macri, está “obsoleto”.

“Os líderes estão percebendo que o PRO é uma ferramenta que ficou obsoleta. Não é uma ferramenta que está em condições de poder acabar com o kirchnerismo. Além disso, nesse sentido, são muito parecidos com o kirchnerismo porque são parte do partido do Estado”, disse Milei, sobre a sigla, que atualmente governa a capital argentina.

As declarações de Milei foram dadas ao canal argentino A24 horas após sua sigla obter uma vitória histórica nas eleições para a Legislatura da capital.

A lista de deputados liderada pelo porta-voz presidencial, Manuel Adorni, recebeu 30% dos votos, contra 27,4% obtidos pelo peronismo kirchnerista e 15,9% da lista de legisladores do partido de Macri, que historicamente obtinha a preferência dos portenhos.

Segundo o presidente argentino, seu partido negocia alianças com líderes do PRO “independentemente do Macri gostar ou não”. “O que acontece é que o Macri quer conduzir esse processo”, disse, antes de afirmar que parte da sigla do ex-presidente “têm ideias de esquerda” e enganam seus eleitores.

“Aqueles que estejam dispostos a abraçar as ideias da liberdade, vamos receber todos, vamos abraçar todos e fazer um espaço no qual todo o espectro da centro-direita estará incluído”, concluiu.

Luta por bastião peronista

A vitória da força política de Milei em nove de 15 setores na capital mostra a consolidação do apoio ao presidente entre a classe média e alta, que nas últimas décadas optaram pelo partido de Macri.

As articulações mencionadas pelo presidente visam conquistar a maioria nas eleições legislativas de setembro na província de Buenos Aires, governada pelo peronista ex-kirchnerista Axel Kicillof.

“As negociações estão muito avançadas e nós acreditamos que na província de Buenos Aires vamos conseguir outra lavada”, disse Milei ao canal argentino.

O cenário no histórico bastião peronista bonaerense, no entanto, é mais complexo.

“Milei e sua força estão crescendo em imagem e intenção de voto, principalmente em zonas da periferia profunda, mas continuam sem uma estrutura sólida própria. Diferentemente da capital, onde o voto é mais ideológico, na província as lideranças locais, as redes territoriais e a resposta concreta a problemas cotidianos têm mais peso. E aí o peronismo, apesar das dificuldades, conserva uma base”, diz à CNN Lara Goyburu, diretora executiva da consultoria Management & Fit.

Segundo ela, a vitória da força de Milei sobre o peronismo da província não é impossível, mas para isso, realmente será preciso selar algum tipo de aliança com setores do PRO.

“Hoje a discussão gira em torno disso: até que ponto os dois espaços estão dispostos a ceder, cooperar ou competir. Por enquanto, não tem uma fórmula fechada, mas sem acordos amplos, o cenário continua sendo muito aberto”, conclui a analista.



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