Lideranças bolsonaristas já ameaçam, nos bastidores, articular junto ao governo Trump a revogação do visto do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), assim como ocorreu com ministros do STF.
Motta entrou na mira de bolsonaristas após supostamente prometer pautar o projeto da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro antes do recesso parlamentar e não cumprir — algo que ele nunca confirmou publicamente.
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Líder do PL, Sóstenes Cavalcante, conversa com presidente da Câmara, Hugo Motta, no plenário
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
Kevin Dietsch/Getty Images
Nos últimos dias, o presidente da Câmara entrou em nova rota de colisão com bolsonaristas após negar pedido da oposição para suspender o recesso de julho em razão das recentes medidas cautelares contra Jair Bolsonaro.
“O Hugo não fui subserviente aos acordos com PL. Agora, quem é sabe será ao Trump? Até porque ele não teve o visto suspenso ainda”, comentou à coluna uma liderança bolsonarista próxima ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
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Bolsonaristas ignoram Motta
Mesmo com a negativa do presidente da Câmara, deputados do PL se reuniram na segunda-feira (21/7) e decidiram convocar, para esta semana, sessões de duas comissões da Casa presididas por bolsonaristas.
Um dos colegiados convocados foi a Comissão de Segurança Pública, na qual bolsonaristas querem aprovar uma moção de solidariedade a Bolsonaro, alegando que o ex-presidente seria alvo de “perseguição política”.
A outra comissão convocada foi a de Relações Exteriores, onde estão previstas votações de uma moção de repúdio às medidas cautelares impostas pelo STF a Bolsonaro e outra de louvor ao ex-presidente da República.
Mesmo com a negativa de Motta, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), fez questão de ligar para o presidente da Câmara no sábado (19/7) para comunicar previamente que as comissões seriam convocadas.
“Falei com ele (Motta) no sábado. Só comuniquei nossas decisões. Ele ouviu e agradeceu a comunicação”, relatou Sóstenes à coluna.