Brasileiras escravizadas na Europa: rede tinha “tabela de preços”


A rede criminosa que vendia brasileiras na Europa e as escravizava sexualmente tinha uma tabela de preços para “comercializar” o corpo de suas vítimas. Os valores variavam entre €100 a €1000, a depender da “jornada” de cada uma.

As finanças eram organizadas pela cafetina-chefe dos prostíbulos. A mulher marcava o maior número de programas possível, para que as escravizadas rendessem pelo menos mil euros por dia.

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De acordo com a tabela, cada prostituta deveria cobrar 100 euros por 30 minutos de sexo. Caso o cliente optasse por 45 minutos, o valor subiria para 120 euros. O atendimento de uma hora completa tinha o custo de 150 euros. Para uma noite inteira, o montante desembolsado seria de até mil euros.

Apesar da movimentação financeira ser fruto dos atos cometidos pelas vítimas, o valor total arrecadado era retido pela cafetina, que repassava pequenas quantias para as garotas traficadas.

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Arte/Metrópoles2 de 2

Divulgação/PF

Base na capital

A Polícia Federal (PF) revelou, nesta terça-feira (15/7), que parte da rede estava instalada na capital do país.

Elas auxiliavam no recrutamento e agenciamento das vítimas, inclusive organizando atendimentos realizados na Europa.

O inquérito policial foi instaurado com base em elementos obtidos durante as diligências e na colaboração de uma das vítimas, que relatou detalhes sobre a atividade da rede criminosa após retornar ao Brasil.

As investigações foram iniciadas em maio de 2024 e indicam que o grupo aliciava mulheres brasileiras, especialmente com perfil de modelos, por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens.

As vítimas eram atraídas com promessas de altos ganhos, passagens e hospedagem, mas, ao chegarem ao exterior, eram submetidas a condições degradantes, jornadas exaustivas, ameaças, retenção de documentos, exploração financeira e violência física e psicológica.

Bens bloqueados

O grupo criminoso por trás do esquema de tráfico internacional de mulheres brasileiras  para fins de exploração sexual na Europa teve R$ 6,6 milhões bloqueados pela Polícia Federal (PF) durante operação deflagrada na manhã desta terça-feira (15/7).

O total refere-se ao sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados. Quatro passaportes foram apreendidos e as investigadas foram proibidas de deixarem o país.

Operação

Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em São Paulo (SP), além de um mandado de prisão preventiva, com o objetivo de coletar provas e aprofundar as investigações sobre a estrutura e o funcionamento do grupo responsável pelo aliciamento e envio das vítimas ao exterior.

A investigação da Polícia Federal prossegue com o objetivo de identificar todos os envolvidos e responsabilizar os autores pelos crimes cometidos.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de associação criminosa e tráfico de pessoas.

Por meio de nota, a PF destacou que reitera seu compromisso no combate ao tráfico de pessoas e à exploração sexual, e reforça a importância da denúncia como ferramenta essencial para o enfrentamento desses crimes.

Informações e denúncias podem ser encaminhadas, de forma anônima, ao canal da PF por meio do endereço www.gov.br/pf ou pelo telefone 194.



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