Países membros do Brics emitiram nesta terça-feira (24/6) uma declaração conjunta sobre a escalada nas tensões no Oriente Médio nos últimos dias. O documento cita ataques militares contra o Irã — que compõe o bloco — e afirma que as ações representam uma violação ao direito internacional e da Carta das Nações Unidas.
“Diante do aumento das tensões, cujas consequências para a paz e a segurança internacionais, bem como para a economia global, são imprevisíveis, ressaltamos a necessidade urgente de romper o ciclo de violência e restaurar a paz. Conclamamos todas as partes envolvidas a engajarem-se, por meio dos canais de diálogo e diplomáticos existentes, com vistas a desescalar a situação e resolver suas divergências por meios pacíficos”, diz a nota.
A nota foi divulgada horas após o Irã confirmar o acordo de cessar-fogo com Israel. O comunicado do Brics não faz menção direta aos Estados Unidos ou ao governo israelense, mas expressa “profunda preocupação” quanto a ofensivas contra instalações nucleares “de natureza pacífica”. Os equipamentos nucleares foram os principais alvos das ofensivas de Tel Aviv.
“As salvaguardas, a segurança e a proteção nucleares devem ser sempre respeitadas, inclusive em situações de conflitos armados, a fim de resguardar as pessoas e o meio ambiente contra danos. Nesse contexto, reiteramos nosso apoio a iniciativas diplomáticas que visem abordar desafios regionais”.
O Brics também apela à comunidade internacional para apoiar e facilitar o diálogo para a construção de uma solução pacífica ao conflito.
Cessar-fogo
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, confirmou nesta terça o acordo de cessar-fogo e o fim da guerra contra Israel, 12 dias após o início das hostilidades. A declaração foi divulgada em um comunicado pela mídia estatal iraniana. Os israelenses também disseram que irão respeitar o que foi acordado e que, a partir de agora, se concentrarão em Gaza.
Apesar do cessar-fogo, a guerra persiste nas versões sobre o que aconteceu. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diz que “obliterou” as instalações nucleares do Irã e que a resposta do país, que foi um ataque com mísseis a uma base americana no Catar, foi “muito fraca”. O ataque não feriu nem matou ninguém no território do Catar.
