Os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo aprovaram em segunda votação, na noite desta quarta-feira (3/9), um projeto de lei que autoriza a venda de uma rua nos Jardins, zona oeste da cidade, para a iniciativa privada. Foram 29 votos a favor e 11 contra.
O projeto 673/2025, enviado pela Prefeitura para a casa legislativa, tinha o objetivo de permitir a venda da Travessa Engenheiro Antônio de Souza Barros para uma incorporadora.
Até 2022, o endereço dava acesso a uma vila, que deixou de existir após a aquisição de todos os lotes por um único proprietário para construção de um empreendimento imobiliário. As casas foram recentemente demolidas.
Com isso, o novo proprietário do terreno, a incorporadora Helbor, solicitou a compra da rua para a Prefeitura. A gestão Ricardo Nunes (MDB) analisou o tema e decidiu pelo envio do projeto para a Câmara. A expectativa é que agora o endereço seja vendido por R$ 16,6 milhões para a construção de um condomínio de luxo no local.
A Prefeitura de São Paulo defende que a rua tem “caráter local” da travessa e não se conecta a outras vias, não tendo, portanto, impactos no trânsito da região.
Vereadores ainda votarão emendas ao projeto.
Entenda as emendas
Quatro dessas emendas ao projeto foram apresentadas na reunião da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, na última quarta-feira (27/8).
Uma delas é da vereadora Zoe Martinez (PL) e autoriza a venda de um terreno de 140m² na Avenida Brigadeiro Faria Lima. Em nota, o gabinete da parlamentar defendeu a medida dizendo que o local está vazio há anos e que sua venda poderia gerar recursos para áreas como saúde, educação e infraestrutura.
“Moradores têm reclamado que o terreno está vazio há décadas, gera custos de limpeza e manutenção e não traz nenhum retorno para a população. Com a nossa proposta, o valor da venda entra no caixa da cidade e se transforma em benefício para os paulistanos, inclusive, parte do recurso será revertido ao Fundo de Habitação de Interesse Social”, diz a nota.
O Metrópoles foi até o endereço, localizado no centro financeiro do país, e conversou com pessoas que trabalham na região. Elas lembraram que o terreno, atualmente desocupado, foi sede de uma arena construída pela XP Investimentos e que funcionou de julho de 2022 a janeiro de 2024. O local também foi usado para eventos e shows, como um do cantor Alok.



Terreno da Prefeitura de SP que entrou na lista para ser vendido à iniciativa privada
Jessica Bernardo / Metrópoles

Terreno de 140m² está na lista das emendas que prevê venda de espaços municipais para iniciativa privada
Jessica Bernardo / Metrópoles

Baleia metálica Faria Lima
Jessica Bernardo / Metrópoles

Arena XP foi instalada na Av. Faria Lima
Divulgação / Arena XP
Outra emenda é do vereador Thammy Miranda (PSD), que autoriza a venda da Rua Olga Lopes Mendonça, na Vila Leopoldina, zona oeste da cidade. O endereço, localizado ao lado de um petshop, virou um local isolado por muros.
As últimas duas foram apresentadas na reunião da comissão pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), que preside a comissão, e são de autoria dos vereadores Marcelo Messias (MDB) e Sansão (Republicanos).
Uma delas diz respeito à venda da Rua Aurora Dias Carvalho, uma travessa da Avenida Juscelino Kubitschek, localizada ao lado do terreno onde antes ficava o mercado Eataly. A outra compreende o trecho entre as ruas Ada Negri e Jupi, em Santo Amaro, na zona sul.
O Metrópoles apurou que o vereador Isac Félix (PL), também tenta colher assinaturas para uma quinta emenda ao projeto. Neste caso, para autorizar a privatização da Rua Canoal, na Vila Andrade, também na zona sul.