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Crise no Theatro Municipal tem orquestra contra diretoria por causa de edital


Uma nova crise opõe a administração do Theatro Municipal de São Paulo e seus artistas. Em uma ação na Justiça do Trabalho, a Orquestra Sinfônica Municipal (OSM) pede a anulação de um edital, aberto em dezembro passado pela Sustenidos, a administradora do teatro, para a contratação de novos instrumentistas.

Segundo a associação dos músicos, a organização social ignorou as regras do regimento interno da orquestra ao redigir o documento, o que ameaça a qualidade do corpo artístico e pode precarizar as suas condições de trabalho. Ainda segundo a associação dos músicos, o chamamento não prevê a abertura de três importantes vagas —dois violinos e um primeiro trombone.

Do mesmo modo, o edital adota o critério de pontuação, e não de votação, como previsto no regramento. Atualmente, as três vagas são preenchidas por instrumentistas contratados em regime CLT, mas que não passaram por processo seletivo, outra violação do regimento interno do conjunto sinfônico.

“O critério de pontuação gera distorções na seleção dos músicos, e sabemos que a qualidade e integração da orquestra depende de processos seletivos”, diz o advogado Gabriel Franco da Rosa, que defende a associação. Segundo os artistas, o regimento, documento delineia os direitos e os deveres desses profissionais, sempre baseou as decisões tomadas em relação à orquestra.

Não à toa, eles estranham a alegação da Sustenidos de que o documento não deve ser observado ao se elaborar um edital para contratação. Sob condição de anonimato, um funcionário do Municipal afirmou que a orquestra está em choque. Ele relatou também que esse é o momento mais tenso entre os músicos e a diretoria, desde que a Sustenidos assumiu o controle da instituição cultural, em maio de 2021.

Em nota, a organização social diz buscar procedimentos transparentes e imparciais em seus processos seletivos. Por isso, decidiu adotar o critério de pontuação, e não de votação.

“Quanto às vagas atualmente preenchidas por músicos que não passaram por processo seletivo, os mesmos foram contratados por gestões anteriores e a nós transferidos com contrato de trabalho por tempo indeterminado. A Sustenidos não pode ser responsabilizada por supostos erros cometidos antes que tenha assumido o contrato de gestão”, diz a nota. A administradora disse, por fim, cumprir com o seu contrato e todas as legislações pertinentes.

O regente titular da orquestra, Roberto Minczuk, não se manifestou até a publicação deste texto. Dias após a publicação do edital, os chefes de naipe da orquestra chegaram a enviar uma carta à diretoria do teatro, agora formada por Andrea Caruso Saturnino e Alessandra Costa, pedindo a abertura daquelas três vagas e o cumprimento dos critérios do regimento.

Como as demandas não foram atendidas, os músicos decidiram entrar com a ação. A defesa da Sustenidos disse à Justiça ser descabida a alusão ao regimento interno, documento inexistente, e que os três músicos estão sendo discriminados.

Contudo, a permanência desses artistas havia sido condicionada a realização de novo processo seletivo, como ficou acordado em reunião presidida, em outubro, por Minczuk. A liminar que requeria a anulação do edital foi negada em primeira instância.

Segundo a defesa da associação, os músicos vão recorrer da decisão, caso não se chegue a um acordo com a diretoria do teatro, em uma audiência, prevista para ocorrer daqui a duas semanas.

“Os músicos vão tomar todas as medidas legais para reverter essa situação”, afirma Rosa. “Não respeitar o regimento interno cria incerteza quanto às condições de trabalho dos artistas e dos próprios três músicos.”

O Sindicato dos Músicos Profissionais no Estado de São Paulo (Sindmussp) publicou uma nota de repúdio ao edital. “Trata-se de mais uma tentativa de rebaixar as condições de trabalho dos músicos do Theatro Municipal, dessa vez abruptamente e unilateralmente, não reconhecendo a validade do seu regimento interno, documento que vem delineando os direitos e os deveres dos músicos há dez anos.”

Há dois anos, o Coro Lírico Municipal entrou em crise com a Sustenidos, tremendo uma onda de demissões. A organização social havia elaborado uma avaliação interna, que decidiria a permanência ou não dos coristas. Naquele contexto, os artistas do Municipal afirmaram que o teatro sofria com a má gestão de seus recursos orçamentários.



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MIS exibe filme ‘Virgínia e Adelaide’, sobre precursoras da psicanálise no Brasil


O MIS, o Museu da Imagem e do Som, fará uma sessão gratuita de “Virgínia e Adelaide” (2024), filme de Yasmin Thayná e Jorge Furtado, na terça-feira (11), às 19h, como parte do Ciclo de Cinema e Psicanálise. O evento acontece em parceria com a SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo) e com apoio da Folha.

O longa narra o encontro entre Virgínia Leone Bicudo (Gabriela Correa), primeira psicanalista negra do Brasil e socióloga pioneira no estudo sobre os impactos do racismo na sociedade brasileira, e Adelaide Koch (Sophie Charlotte), médica e psicanalista judia que se mudou para São Paulo em 1937, fugindo da Alemanha nazista. Amigas por décadas, Bicudo e Koch foram precursoras na divulgação da psicanálise no país.

“Virgínia e Adelaide” foi um dos filmes selecionados pelo último Festival do Rio, realizado em setembro passado, na lista hors concours, na qual são exibidas obras fora de competição. Em outubro, o título esteve na 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e, em agosto, no encerramento do Festival de Gramado.

Com mediação da psicanalista Luciana Saddi, o debate após a sessão reúne os diretores Jorge Furtado e Yasmin Thayná e a psicanalista Dora Tognolli, coordenadora da Comissão Virgínia Bicudo da SBPSP e mestre em psicologia social pela USP.

Furtado também dirigiu longas como “Saneamento Básico, o Filme” (2007), com Fernanda Torres, e “O Homem que Copiava” (2003), com Lázaro Ramos; e séries televisivas como “Doce de Mãe”, comédia protagonizada por Fernanda Montenegro, e o drama médico “Sob Pressão” —seus trabalhos em TV foram três vezes vencedores do Emmy Internacional.

Com Kátia Lund (de “Cidade de Deus”) e Daniel Lieff, Thayná é uma das diretoras de “Amar é Para os Fortes”, série com roteiro de Marcelo D2, Antonia Pellegrino e Camila Agustini. Em 2021, foi considerada pela revista Forbes como um dos 90 nomes brasileiros abaixo de 30 anos mais brilhantes em sua área de atuação.

O evento acontece no auditório do MIS (avenida Europa, 158, na zona oeste de São Paulo), e os ingressos ficam disponíveis para retirada na bilheteria com uma hora de antecedência.



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Lixo e celulares de Gene Hackman e de sua mulher dão pistas sobre morte


Investigadores de Santa Fé, nos Estados Unidos, irão divulgar detalhes sobre a investigação da morte do ator Gene Hackman e de sua esposa, Betsy Arakawa, em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (7). Os celulares do casal –encontrados próximos aos corpos– podem esclarecer pontos do caso enigmático.

“Depois de receber os celulares, os investigadores podem determinar quando Gene Hackman e Betsy Arakawa pararam de se mover e em que momento eles perderam a comunicação, o que indicaria o momento da inatividade ou da morte”, afirmou o ex-investigador da FBI Bill Daly, em comunicado à Fox News.

Segundo Daly, três peças-chave podem ajudar a esclarecer as mortes: os telefones, os comprimidos –encontrados espalhados em um balcão onde o corpo de Arakawa foi encontrado–e o lixo.

A investigação sobre os itens contidos na geladeira do casal, assim como do lixo descartado, pode ajudar a determinar uma linha do tempo dos acontecimentos.

Hackman, de 95, e Arakawa, de 65, foram encontrados mortos em 26 de fevereiro. Eles estavam dentro de casa, mas em quartos diferentes. Um dos três cães do casal foi encontrado sem vida dentro de um armário.

A princípio, a polícia pensava se tratar de um caso de envenenamento de gás, mas depois qualificou o caso como “suspeito”. Apesar de terem identificado um pequeno vazamento, as autoridades não acreditam ter relação com as mortes.

Na última semana, foi divulgada à imprensa americana que o marca-passo de Hackman registrou sua última atividade nove dias antes da descoberta dos corpos, no dia 17 de fevereiro. O estado de decomposição de ambos estava avançado.

Não foram encontrados traumatismos nos corpos de Hackman ou Arakawa e não havia sinais de arrombamento na mansão, localizada em uma comunidade fechada no estado do Novo México.

Hackman foi creditado em mais de 80 filmes em várias décadas de carreira. O ator venceu o Oscar duas vezes, nos longas “Operação França“, de 1972, e “Os Imperdoáveis”, de 1992, dirigido e protagonizado por Clint Eastwood.

Também foi indicado pela Academia por “Bonnie & Clyde – Uma Rajada de Balas” (1967), “Meu Pai, Um Estranho” (1970) e “Mississipi Em Chamas” (1988).



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Como o Rec Beat, festival em Recife, fez 30 anos sem se render à mesmice


Ao unir a batida forte de tambores do maracatu ao som distorcido de guitarras elétricas, Chico Science, nos início dos anos 1990, criou um gênero musical que conquistaria fãs Brasil afora e também no exterior, onde ele e sua banda, a Nação Zumbi, fizeram turnês.

Com letras bem-humoradas e repletas de crítica social, o manguebeat colocou Recife, a capital pernambucana, na vanguarda da produção musical do país. A obra de Science passou a inspirar artistas e despertou a autoestima da juventude da periferia pernambucana ao valorizar as manifestações artísticas de grupos locais e tradicionais.

Foi neste cenário cultural efervescente que surgiu o Rec Beat, festival que também queria colocar a música independente e regional em evidência.

Desde sua criação, em meados dos anos 1990, o evento gratuito se destaca pela curadoria independente, trazendo ao público artistas do Brasil e de diversas partes do mundo, muitas vezes desconhecidos pela maioria da audiência.

“Eu não pergunto o que o público quer ouvir, porque o que ele quer não é o que eu quero mostrar. Assim como o manguebeat foi um movimento periférico, a gente tem esse olhar periférico”, diz Antonio Gutierrez, o Gutie, idealizador do festival.

Para ele, o festival tem de expandir horizontes na música. “Muitas vezes, o artista que toca aqui hoje é aquele que você vai amar amanhã.”

O Rec Beat, então, se consolidou como uma vitrine musical. A cantora Liniker, por exemplo, fez sua primeira apresentação no festival em 2016, ano de seu álbum de estreia “Remonta”, e hoje esgota ingressos para shows em uma hora. Já o grupo BaianaSystem participou do festival em 2011, e agora, em 2025, era uma das principais atrações do palco Marco Zero, o maior do Carnaval recifense.

Na última edição, o Rec Beat, realizado no Cais da Alfândega, entre os dias 1º e 4 de março, reuniu cerca de 60 mil pessoas de pessoas que buscavam fugir do circuito tradicional do Carnaval para experimentar novas sonoridades.

Nesta edição, o evento apostou em artistas de países como Cuba, Venezuela, Bélgica, Uganda, Colômbia, Angola e Portugal. Entre os destaques internacionais estavam a dupla de jazz Yudith Rojas e Niccole Meza, da Venezuela e Cuba, e a rapper angolana Pongo. Entre as atrações nacionais, foram escalados a Banda Uó, de tecnobrega, e os rappers Yago Oproprio, Tássia Reis e Duquesa.

Entre os nomes mais celebrados da programação estava Mago de Tarso, rapper que faz da sua música uma mistura do trap com o brega-funk e tem como maior inspiração Chico Science.

“Eles me chamam de novo Chico/ porque eu sou o caranguejo do trap/ tirando o Nordeste da lama e colocando onde ele merece”, diz em sua canção “Caranguejo do Trap”, que já cruza as 3 milhões de visualizações no YouTube, e resgata as composições e ideais apresentados no álbum “Da Lama ao Caos”, do Nação Zumbi, de 1994.

O show lotado de Mago de Tarso, na segunda-feira (3), em um palco muito próximo do do Marco Zero, onde se apresentavam Gloria Groove e Pabllo Vittar, dois dos nomes mais quentes do pop brasileiro, prova que existe uma demanda do público por novidades. A maioria de jovens entoava suas letras como uma forma de exaltar sua própria identidade.

Mesmo diante da forte concorrência do Carnaval do Recife, Gutie se orgulha de manter o caráter do Rec Beat intacto. “Hoje, muitos palcos tentam emular o que a gente faz, mas eu sempre busco desviar disso. Quero que o festival continue sendo um espaço de descoberta.”

Ele viaja pelo mundo, participa de eventos internacionais e busca artistas que ainda não tiveram visibilidade no Brasil. “Vou para festivais na Colômbia, Canadá, África, França, Espanha. Observo os catálogos, estudo novos nomes e vou anotando tudo em um caderninho”, conta.

Segundo ele, o fato de o festival recifense ser gratuito garante a curadoria independente, mas também expõe fragilidades.

Com um palco na rua, sem uma estrutura grandiosa, o evento se garante apenas na música. Não há ativações de marcas, praça de alimentação, espaços instagramaveis ou de descanso, comuns em grandes festivais. A falta de alternativas e a forte concorrência ao redor faz com que o público oscile muito ao decorrer do evento.

Mas nem isso faz Gutie ceder às tendências do mercado. Para ele, a sensibilidade artística ainda é a diretriz. “Quando escolho uma atração, me coloco na frente do palco como público. Se aquilo me impacta, sei que impactará outras pessoas.”



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Baterista do Iron Maiden anuncia que show em SP será seu último com a banda


O músico Nicko McBrain, baterista do Iron Maiden, anunciou neste sábado (7) que não participará mais das turnês da banda pelo mundo.

O show marcado para esta noite no Allianz Parque será, portanto, o último com a formação atual do Iron Maiden.

Através de um comunicado postado no perfil oficial do Iron Maiden no Instagram, McBrain, que está na banda há 42 anos, desejou sucesso aos colegas, com os quais deve continuar trabalhando nos bastidores.

“Após muita consideração, é com tristeza e alegria que decido me afastar das grandes turnês. Hoje, em São Paulo, será meu último show com o Iron Maiden”, disse o músico. “Mas eu continuo sendo um membro da família Iron Maiden, trabalhando em uma variedade de projetos que os nossos empresários têm para mim, além de projetos pessoais.”

A mesma postagem no Instagram traz também um comunicado assinado pela banda e pelo empresário Rod Smallwood.

“Desde o Rock In Rio 1985 nós temos uma relação especial com o Brasil, então se despedir das turnês na frente de 90 mil fãs aqui em São Paulo ao longo de duas noites é poético e você [Nicko] merece todo o louvor que eu tenho certeza que esses fãs incríveis irão te dar nesse último show”, diz o texto.

O show deste sábado (7), o segundo da atual passagem da banda pela capital paulista, está marcado para começar às 20h50 no Allianz Parque. Os ingressos estão esgotados.



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Flávio Cerqueira imortaliza os brasileiros do dia a dia em nobres esculturas de bronze


Um morador da periferia de Guarulhos e um menino que circula pela região são personagens importantes o suficiente para virarem imortais em esculturas de bronze. Detalhadas, as peças reproduzem os chinelos de dedo dos retratados, o drapeado das camisetas e a modelagem solta das calças.

Flávio Cerqueira, escultor de 41 anos com duas exposições em cartaz agora em São Paulo, uma no Centro Cultural Banco do Brasil e outra na galeria Simões de Assis, procura mostrar todos os tipos de brasileiros nas suas obras de apelo pop.

“Trago elementos do cotidiano, que é como vou usar uma técnica milenar, a escultura em bronze, na contemporaneidade. A estética é contemporânea —uma [sandália] Crocs, umas Havaianas, a camiseta e o boné, com que as pessoas se identificam”, diz ele.

O paulistano, nome central no panorama da arte brasileira hoje, fala rápido enquanto acompanha as horas finais da montagem de sua exposição no CCBB, que abre neste sábado (7) para o público.

Organizada pela historiadora e curadora Lilia Schwarcz, esta é a primeira grande mostra institucional de Cerqueira, e reúne 40 das 45 obras produzidas pelo artista nos seus 15 anos de carreira, quase todas vindas de sua própria coleção.

Seu trabalho foi impulsionado com a inclusão, há seis anos, da escultura “Amnésia” na mostra “Histórias Afro-atlânticas”, exposição blockbuster organizada pelo Masp, o Museu de Arte de São Paulo. A peça, que parece o instante congelado de uma cena, retrata um garoto negro derrubando sobre si uma lata de tinta branca, num ácido comentário sobre o racismo.

O fato de a imagem desta obra ter circulado bastante, atingindo mesmo quem não foi ao museu, fez com que o artista passasse a ser visto como alguém que trata de injustiças contra pessoas negras. Ele aborda isso em seu trabalho, mas, ao vermos o conjunto de sua produção, fica claro que esta é só uma parte de um todo.

“Faço mais uma imagem de um brasileiro do que de uma pessoa negra. O brasileiro pode ser qualquer um. Os trabalhos são em marrom, uma cor simbólica por conta da miscigenação”, afirma ele, ao justificar por que seus bronzes têm esta tonalidade como a predominante —o artista também pinta peças de branco, que passam a impressão de serem louças frágeis.

No CCBB estão também uma criança com um coelho e uma raposa no lugar das mãos, seus amigos imaginários, e um jovem que se questiona sobre a sua sexualidade ao segurar dois limões sicilianos em frente aos mamilos. Isso sem contar os personagens que voam em balões em direção ao céu.

Na galeria, o artista exibe um boné com a palavra “poder” na frente e reproduz as costas de uma pessoa, onde se lê “não estou no meu passado”. Ou seja, ele transita entre densidade e crítica social e trabalhos de teor leve ou introspectivo.

Cerqueira é um dos únicos artistas brasileiros de uma geração mais jovem que trabalha exclusivamente com escultura, à exceção de um punhado de pinturas que fez de seus familiares durante a pandemia, expostas no subsolo do CCBB.

Morador de uma periferia de Guarulhos durante a adolescência e em parte da vida adulta, o artista lembra quando entrou num museu pela primeira vez, com cerca de 20 anos, para ver uma exposição do francês Auguste Rodin, considerado o fundador da escultura moderna —aquele momento seria crucial, definidor de sua escolha profissional.

Na lida com o barro e a cera para confeccionar o molde das esculturas, foi desenvolvendo suas figuras de linguagem pop, com quem é fácil se identificar e às quais acrescentou elementos como balões, pequenos foguetes ou escritas com letra de pichação. Desta forma, Cerqueira tira a escultura, frequentemente empregada para imortalizar heróis ou conquistadores, de seu lugar de monumento.

Cerqueira afirma querer dessacralizar a ideia de que arte é para poucos, inacessível. “O que me fez fazer arte é me comunicar com as pessoas que não tem letramento acadêmico para ver arte”, ele diz. “Tento fazer uma síntese de assuntos bem complexos, como com o racismo estrutural no caso de ‘Amnésia’. Consigo que as pessoas entendam aquilo, e é o que considero um trabalho bem-sucedido.”



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Paul Mescal apresenta ‘SNL’ e ‘Cidade; Campo’: o que ver na TV e no streaming sábado


O documentário “Super/Man: A História de Christopher Reeves” utiliza as próprias palavras do artista para narrar a sua trajetória pessoal e profissional, antes e depois do acidente quase fatal que o deixou paralisado do pescoço para baixo, em 1995. Reeves usou sua reputação como Super-Homem, depois do acidente, para arrecadar fundos para pesquisas e iniciativas que melhorassem a vida de deficientes físicos.

HBO e Max, 22h, 10 anos


A Chave do Problema

Adrenalina Pura, 14 anos

Ryan Phillippe interpreta um chaveiro talentoso que é libertado da prisão e levado de volta a um mundo de policiais corruptos e gângsteres. Mas ele quer uma vida de crimes e sim construir um futuro com sua ex-noiva, que é detetive, e a filha.


A Virgem Vermelha

Prime Video, 16 anos

Hildegart foi concebida e educada pela mãe para ser uma mulher do futuro, uma das mentes mais brilhantes da Espanha nos anos 1930 e uma das principais referências europeias sobre sexualidade feminina. Mas quando Hildegart começa a experimentar o mundo, aos 18 anos, ela conhece Abel e se rebela contra a mãe.


Netflix, 12 anos

Pati é uma mãe controladora que não consegue se conectar com o filho Ramiro, que quer morar com o pai. Determinada a mudar a ideia do garoto, ela se oferece para levar Ramiro e os amigos ao acampamento escolar depois que o exame toxicológico dos motoristas deu positivo.


Uma Dose de Amor no Natal

Lifetime, 21h10, livre

Uma pequena empresa familiar é ameaçada por uma multinacional bem na época de Natal. Mas, ao se deparar com a hospitalidade da empresa, o executivo da multinacional se vê na obrigação de defender os trabalhadores. Filme protagonizado por Cristián de la Fuente e Gaby Spanic.


Cidade; Campo

Canal Brasil, 23h, 16 anos

Joana se muda para São Paulo após um desastre natural acabar com a terra onde ela morava; Flávia se muda com sua esposa, Mara, para a fazenda de seu falecido pai, onde elas tentam se adaptar. Dirigido por Juliana Rojas, de “Sinfonia da Necrópole” e “As Boas Maneiras“, o filme que trata sobre migrações foi premiado nos festivais de Gramado e de Berlim.


Saturday Night Live

Universal+, 1h30, 12 anos

O apresentador da semana é o ator Paul Mescal, que pode ser visto no cinema em “Gladiador 2” e, pelos teasers, ainda não deixou de interpretar o personagem do filme. O convidado musical é o rapper americano Shaboozey.



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Morre Mark Withers, ator de ‘Stranger Things’, aos 77, em decorrência de câncer


O ator americano Mark Withers morreu há duas semanas atrás, na sexta-feira (22), aos 77 anos. A morte foi comunicada aos fãs e à imprensa neste sábado (7) pela filha do ator, Jessie Withers.

“Ele enfrentou a doença com a mesma força e dignidade com que se dedicada ao seu ofício, criando um legado de calor, humor e dedicação, junto com sua notável habilidade de tornar cada papel inesquecível”, disse a filha à revista americana Variety. “O talento de Mark e seu comprometimento com a indústria serão lembrados com carinho por colegas, amigos e fãs.”

Entre os trabalhos mais notáveis de Withers está o legista Gary, da primeira temporada de “Stranger Things“, da Netflix, onde também participou de dois episódios de “Sense8“. Seu último trabalho foi no longa “The Creatress”, em 2019.

Além da filha, Withers deixa também sua esposa, Haiyan Liu Withers.



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Circo Voador, agora patrimônio imaterial, é utopia do Rio – 07/12/2024 – Ilustrada


Por seu histórico como casa de shows, fundada há 42 anos e palco fundamental para o desenvolvimento de cenas como o rock brasileiro nos anos 1980, o Circo Voador já mereceria o título de “Patrimônio Cultural Imaterial do Rio de Janeiro“, concedido na última quinta-feira.

Mas tratar o Circo como casa de shows revela pouco de sua natureza. Aquele território que inclui uma lona e gigantescas palmeiras imperiais, vizinho dos Arcos da Lapa, é a consolidação de uma utopia de cidade —e, consequentemente, de sociedade.

O fato de essa utopia se dar na Lapa —caldeirão que desde sempre ferve a rua em seu estado mais puro, atravessando fases de glamour e decadência, muitas vezes ao mesmo tempo— torna tudo ainda mais forte. E não só por sua localização no centro, que permite que vários Rios se cruzem ali, a despeito dos problemas crônicos de mobilidade urbana da cidade, sobretudo para os que moram fora da zona sul.

O espírito que se manifesta no Circo foi gestado ainda em sua primeira encarnação, no verão de 1982, no Arpoador —abençoada pela Praia do Diabo ao fundo, como lembra Maria Juçá, comandante da casa, no livro “Circo Voador: A Nave”. Ele nasce como espaço para abrigar e amplificar as ideias de uma juventude carioca que aspirava o futuro naquele início de década, tendo no horizonte a redemocratização que se anunciava nos sinais visíveis de enfraquecimento da ditadura vigente desde 1964.

Essa juventude incluía artistas plásticos da Geração 80, grupos teatrais como Asdrúbal Trouxe o Trombone, o coletivo de poetas Nuvem Cigana, bandas como Blitz e Barão Vermelho e a coreógrafa Deborah Colker. Liderados por Perfeito Fortuna, eles instalaram a primeira lona e desenharam as linhas mestras da utopia que o Circo representa.

Cumprindo —não sem resistência— as determinações do contrato estabelecido com a prefeitura, a lona com capacidade para 300 pessoas é desmontada após menos de três meses de funcionamento. Se sua história acabasse ali, o Circo teria já desempenhado seu papel de espasmo de utopia, ou seja, de sonho dourado que, como é da natureza do sonho, não se sustenta frente à dureza do real. Mas não.

Naquele mesmo ano, o Circo reabre na Lapa, com uma estrutura dez vezes maior do que a original. O novo endereço revela e amplia os sentidos da utopia, como se ela abraçasse o legado desse espaço por onde circularam Madame Satã e Manuel Bandeira, Villa-Lobos e Carmem Miranda, Machado de Assis e Noel Rosa. E, sem abrir mão do sonho, consegue se afirmar como equilibrista na corda bamba desencantada e desromantizada do mercado.

A utopia do Circo teve que se afirmar ainda sobre circunstâncias políticas, como as que determinaram o seu fechamento. Na ocasião, em novembro de 1996, o prefeito eleito Luiz Paulo Conde foi comemorar sua vitória nas urnas no Circo Voador, numa noite em que as atrações eram as bandas punk Ratos de Porão, Garotos Podres e Serial Killer. Entrou ao som de marchinhas como “Cidade Maravilhosa” e “Cabeleira do Zezé“, espírito de comício. Foi vaiado e xingado. Dois dias depois, o Circo foi fechado. A reabertura se deu apenas em 2004.

Honrando o chão da Lapa, o Circo é há 42 anos guiado pela compreensão funda do valor do encontro e por um olhar amplo sobre a vida e sobre o Brasil —onde convivem João Gordo e Chico Buarque, só para citar dois exemplos de personagens que passaram por lá. Há centenas de noites memoráveis em seu histórico, e o mais bonito é que elas continuam brotando, incessantemente, documentando o calor do presente: Os Garotin, Ana Frango Elétrico e Marina Lima, para lembrar alguns shows que aconteceram neste ano.

O Circo é a Domingueira Voadora da Orquestra Tabajara, os bailes de Paulo Moura e o mais recente Baile do Almeidinha, de Hamilton de Holanda. É Ramones e Raimundos, Chico Science e Pato Fu e outras bandas que renovaram a música brasileira na década de 1990 e estavam ali desde o início. É o rap dos 1990 e o trap dos 2020. É Celso Blues Boy.

É a celebração dos grandes nomes sexagenários, e septuagenários, e octogenários da MPB, como Caetano Veloso e seu “Cê”, Gal Costa e seu “Recanto”, Ney Matogrosso e seu “Beijo Bandido”, Chico Buarque e seu “Carioca”. É o mestre de cerimônias Lencinho dando rosto, dreads e gestual à alma da casa. É a sabedoria que dança de Lee Perry. É o fogo do Franz Ferdinand em seus primeiros anos. É Mart’nália abrindo o verão.

E, sobretudo, o Circo é a magia que se dá quando a lona envolve no mesmo abraço artista e público, potencializando a níveis estratosféricos a experiência de ambos —é rara a forma como isso se manifesta ali.

Alguns podem apontar as causas na arquitetura da casa, no apelo emocional de seu histórico, na qualidade da curadoria. São elementos e pistas, isso é certo. Mas magia não se explica. E utopia se vive —enquanto ela arde pelo tempo que tiver que arder, agora oficialmente reconhecida como o patrimônio que todos os que o frequentamos sabemos desde sempre.



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Morre Angela Alvarez, cantora cubana e mais velha a vencer o Grammy Latino


A cantora e guitarrista cubana Angela Alvarez morreu nesta sexta-feira (6), aos 95 anos, em Baton Rouge, nos Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo neto da artista, o compositor e produtor Carlos José Alvarez, à revista Bilboard Español. A causa da morte não foi divulgada.

Alvarez ficou conhecida por vencer o Grammy Latino de melhor nova artista em 2022, quando se tornou a pessoa de idade mais avançada a receber o prêmio na categoria e na lista como um todo. Na ocasião, ela tinha 93 anos de idade.

Nascida em 1927 em Camagüey, em Cuba, a cantora aprendeu cedo a tocar o violão e a cantar, mas acabou desencorajada da carreira pelo pai e o marido. Ela escreveu canções durante toda a vida, dizendo em entrevistas que a música a ajudou a lidar com períodos difíceis da vida. Isso inclui a separação dos filhos por dois anos, logo após a Revolução Cubana nos anos 1950, e a morte do marido e da única filha por câncer.

Ela só foi estrear no meio em junho de 2021, quando lançou o disco “Angela Alvarez” com o apoio do neto e do ator Andy García, que produziu a obra. O álbum de 15 faixas rendeu uma indicação e a vitória no Grammy Latino no ano seguinte.

Álvarez também foi tema de um documentário, “Miss Angela”, de 2021, e fez uma participação especial no remake de “O Pai da Noiva”, também com García, em 2022. No longa, ela assina a canção “Quiéreme Mucho”.

Angela Alvarez deixa três filhos, nove netos e 15 bisnetos.



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