Com aeroporto liberado, Dourados retoma captação de coração e pulmão para transplantes


Com a regulamentação das duas cabeceiras da pista pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e liberação para pousos e decolagens de aeronaves de grande porte no Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira, Dourados retomou nesta quinta-feira (10) a captação de órgãos para transplantes de alta complexidade, como coração e pulmão, interrompida desde 2021 devido à interdição do terminal para reformas. A operação marcou a reintegração da cidade à rede nacional de transplantes em sua totalidade.

O procedimento foi realizado no Hospital da Vida, após a autorização da família de um adolescente de 13 anos, morador de Iguatemi, que sofreu um grave acidente de moto e teve morte encefálica confirmada. A doação múltipla incluiu coração, fígado, dois rins e duas córneas.

Devido à urgência exigida no transporte de órgãos como coração e pulmão, que precisam ser transplantados em até quatro horas após a retirada, a logística contou com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), que pousou no Aeroporto Regional de Dourados para transportar o coração até Brasília, onde seria transplantado por uma equipe do Instituto do Coração (Incor). A operação contou ainda com escolta da Guarda Municipal até o terminal.

Jatinho da Força Aérea Brasileira aterrissa no Aeroporto Regional de Dourados para transporte de órgãos para transplante. Foto: Divulgação/Assecom

Durante os quatro anos em que o aeroporto permaneceu interditado, Dourados ficou impossibilitada de realizar esse tipo de captação, restringindo-se a órgãos que não exigem transporte imediato. Com a liberação para voos e a estrutura aérea em funcionamento, a cidade volta a ser ponto estratégico na logística nacional de transplantes.

Além do coração destinado ao Distrito Federal, um dos rins foi encaminhado para São Paulo, e os demais órgãos serão transplantados em pacientes de Campo Grande, conforme critérios definidos pelo Sistema Nacional de Transplantes.

CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS

A captação é coordenada pela Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO), responsável por identificar e avaliar doadores potenciais. Segundo Ludelça Dorneles, coordenadora da OPO em Dourados, a doação só é possível em casos de morte encefálica, condição em que há a parada completa e irreversível das funções cerebrais.

O diagnóstico de morte encefálica é rigoroso, com exames clínicos e complementares (como eletroencefalograma e angiograma cerebral), sendo obrigatoriamente confirmado por dois médicos independentes da equipe de transplante, para garantir imparcialidade.

Em Dourados, a captação de órgãos é realizada em hospitais com Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), incluindo rins, fígado, córneas, pâncreas, coração e pulmão. A reativação do aeroporto municipal representa não apenas um avanço na mobilidade urbana, mas um reforço direto à saúde e à vida de pacientes em todo o país.



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