O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) disse ser contra a iniciativa de senadores brasileiros, que vão aos Estados Unidos discutir o tarifaço de 50% sobre as exportações de produtos nacionais. A declaração foi divulgada pelo parlamentar nesta terça-feira (22/7).
Nas palavras do parlamentar, a missão de senadores brasileiros em Washington é uma tentativa de “adiar o enfrentamento dos problemas reais”.
Apesar do potencial impacto negativo na economia brasileira, Eduardo voltou a dizer que o fim das tarifas deve passar pelo fim do julgamento contra Jair Bolsonaro (PL), além de uma “anistia ampla, geral e irrestrita” dos denunciados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O projeto também pode beneficiar diretamente o ex-presidente e pai do parlamentar, alvo de medidas cautelares do Supremo Tribunal Federal (STF) por risco de fuga do Brasil.
“Trata-se de um gesto de desrespeito à clareza da carta do presidente Donald Trump, que foi explícito ao apontar os caminhos que o Brasil deve percorrer internamente para restaurar a normalidade democrática”, escreveu o deputado federal em um comunicado divulgado no X.
Ao anunciar a tarifa de 50% contra o Brasil, Trump apontou não só motivos econômicos — como um déficit comercial inexistente —, mas também razões políticas.
A principal delas diz respeito ao julgamento de Jair Bolsonaro no STF. O ex-mandatário brasileiro é apontado como o líder de uma organização criminosa que tentou realizar um golpe de Estado em 2022.
Mesmo com as evidências apresentadas pela Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), Trump classificou Bolsonaro como “vítima” de perseguição judicial.
Por isso, o governo Trump decidiu suspender o visto do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e de aliados da Corte. A medida é um pedido antigo de Eduardo Bolsonaro, que deixou o mandato no Brasil em fevereiro para ficar nos EUA, em busca de retaliações contra autoridades brasileira ligadas a ação contra seu pai.
Comitiva vai aos EUA
No último dia 17 de julho, o Senado definiu uma comitiva de oito senadores que vão aos EUA tentar negociar a guerra tarifária de Trump contra o Brasil. A viagem está prevista para acontecer entre os dias 29 e 31 de julho, na última semana do recesso parlamentar.
O grupo será chefiado pelo senador Nelsinho Trad (PSD), atual presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado. Jaques Wagner (PT), Tereza Cristina (PP), Fernando Farias (MDB), Astronauta Marcos Pontes (PL), Esperidião Amin (PP), Rogério Carvalho (PT) e Carlos Viana (Podemos) completam a missão.
A expectativa é de que os parlamentares brasileiros se reúnam com congressistas norte-americanos para tentar frear a taxa, que deve entrar em vigor no próximo dia 1º de agosto.
