O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse, nesta quarta-feira (23/7), que “qualquer governador teria o sonho” de ter o deputado federal licenciado Eduardo Bolsoanro (PL-SP) como secretário. A fala se dá depois de aliados passarem a estudar a indicação como uma das alternativas para que o congressista não perca o mandato sem deixar os Estados Unidos.
A indicação estava sendo pleiteada pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Questionado sobre essa movimentação, o senador disse que vai procurar o aliado para tratar do assunto e que a nomeação é uma “uma linha a ser cogitada”.
Além do Rio de Janeiro, estado berço político do bolsonarismo, o nome de Eduardo Bolsonaro ainda poderia ser levado aos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
“Eu acho que o Eduardo Bolsonaro hoje, em relação à negociação com os Estados Unidos, à possibilidade de abertura de portas comerciais, [ele é] um embaixador de fato. Eu acho que qualquer governador teria o sonho de ter o Eduardo como um interlocutor para trazer investimentos para o seu Estado e melhorar o comércio com os Estados Unidos”, declarou.
Retorno de viagem a Portugal
Flávio desembarcou em Brasília depois de passar alguns dias em Portugal. Disse que retornou ao Brasil antes do previsto para estar ao lado do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi alvo de uma operação da Polícia Federal e de medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Bolsonaro é investigado por supostos crimes contra a soberania nacional junto a Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos e é apontado como um dos articuladores das sanções do governo de Donald Trump contra o Brasil. As contas bancárias e o Pix de Eduardo foram bloqueados pelo ministro do STF.
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Eduardo, que se licenciou do cargo por três meses para permanecer nos Estados Unidos por temer ter seu passaporte retido, encerrou a licença, mas disse que não vai retornar ao Brasil. Assim, aliados começaram a estudar alternativas para que Eduardo mantenha o cargo. Dentre elas, a mais cotada é contar com o limite de faltas em sessões permitidas pelo regimento da Câmara, o que poderia estender o mandato por meses.
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PT entra com ação para impedir nomeação de Eduardo
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), entrou com uma ação no Supremo para que o deputado federal não possa ser nomeado para assumir secretarias estaduais.
Segundo o requerimento, “trata-se de tentativa clara de fraudar a jurisdição penal e eleitoral, burlando os controles legais sobre o exercício do mandato e as investigações em curso”.
Lindbergh pede que o STF determine que os governadores se abstenham de qualquer indicação que estabeleça vínculo funcional “direto ou indireto” a Eduardo nos governos locais, sobre pena de responsabilização pessoal criminal e político-administrativa. Também pede, mais uma vez, que Eduardo seja afastado preventivamente do mandato.