Franklin visita Hospital Regional de Dourados e questiona terceirização da gestão pública da saúde


O vereador Franklin Schmalz (PT) visitou, na última semana, as obras do Hospital Regional de Dourados. A unidade de saúde é aguardada há mais de uma década pela população da cidade e de toda a macrorregião sul do Estado. A visita foi motivada por declarações recentes do governador Eduardo Riedel, que afirmou que o hospital “está pronto, com o Centro de Diagnóstico Avançado já em fase de instalação de equipamentos”. Apesar disso, ainda não há data definida para o início do funcionamento da unidade.

Durante a visita, Franklin constatou que o prédio principal está concluído e, junto a informações já divulgadas pela imprensa, observa-se que as áreas internas estão prontas, com leitos e centro cirúrgico equipados. Diante disso, e considerando a sobrecarga da saúde em Dourados, o vereador, que já usou a Tribuna da Câmara para abordar o tema,  questiona por que o hospital ainda não foi aberto ao público. Além da morosidade da obra, que se arrasta há anos, o atual governo optou por privatizar a gestão do Hospital Regional, o que se tornou mais um entrave para a abertura da unidade.

“É lamentável que, depois de mais de R$ 80 milhões investidos e com parte da estrutura pronta, o hospital ainda não esteja atendendo a população. Além da demora para concluir todo o complexo, o governo decidiu terceirizar a gestão, entregando o hospital a uma organização social da iniciativa privada, em vez de já ter realizado concurso público para os profissionais que atuarão na unidade”, afirma o vereador.

Durante sua passagem por Dourados durante a Expoagro, o governador Eduardo Riedel, disse que preferia não dar uma data para a inauguração, “mas a gente, o mais breve possível, vai começar a operar”, declarou. Franklin questiona se o Governo do Estado realmente cumprirá a promessa de colocar o Hospital Regional em funcionamento no segundo semestre de 2026, data informada pela Secretaria Estadual de Saúde ao vereador, após o envio de um requerimento de informações.

Durante sua visita à obra, o parlamentar constatou que ainda estão em andamento a construção do prédio do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), cuja entrega está prevista para dezembro de 2025, e outras obras complementares, entre elas a pavimentação das vias adjacentes que dão acesso ao complexo. Essas vias, no entanto, têm prazo de conclusão apenas para 2026, o que preocupa o vereador.

Crítica à privatização

A contratação de uma empresa para gerir o hospital deve custar aos cofres públicos cerca de R$ 13 milhões por mês. Para Franklin, essa decisão representa um retrocesso. “Estamos  falando da entrega da saúde pública para a iniciativa privada. Isso é a privatização do SUS, e nós somos radicalmente contra. A saúde é um direito do povo e não pode virar negócio”, criticou.

Além disso, o vereador cita os “péssimos exemplos das consequências negativas da entrega de serviços públicos a Organizações Sociais (OS) em todo o país” e afirma que essa medida significa transferir um bem público para empresas privadas que visam ao lucro, sem o compromisso de garantir a melhor qualidade, princípio que rege o SUS.

Franklin já questionou formalmente a Secretaria Estadual de Saúde sobre o processo de terceirização em curso. O vereador destaca que o tema não foi debatido com a sociedade e tampouco conta com o apoio do controle social do SUS. “O Conselho Municipal de Saúde não foi chamado para discutir o tema, enquanto o Conselho Estadual de Saúde já se posicionou mais de uma vez contra o modelo de gestão por meio de organizações sociais. Isso mostra que o Governo Estadual está tomando uma decisão unilateral e irresponsável, que pode custar caro para todos nós”, afirmou.

Sobrecarga da saúde municipal

O parlamentar também destacou a urgência da abertura do hospital diante da superlotação enfrentada atualmente por unidades como o Hospital da Vida e a UPA de Dourados, situação agravada pelo aumento de casos de síndromes respiratórias. “O Hospital Regional é essencial não só para Dourados, mas para os 34 municípios da nossa macrorregião. Cada dia de atraso custa vidas e aumenta o sofrimento das famílias que precisam de atendimento digno. Nós vamos continuar fiscalizando e pressionando para que esse hospital seja concluído o quanto antes, com gestão pública, de preferência 100% SUS, e com qualidade, agilidade e eficiência”, completou.



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