O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou, nesta quarta-feira (30/7), a possibilidade de o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), viajar aos Estados Unidos para resolver o imbróglio do tarifaço. Essa ida a Washington aconteceria “assim que tiver uma agenda estruturada”.
Alckmin tem sido um dos principais porta-vozes nas negociações com os EUA no âmbito do tarifaço. O vice-presidente tem aumentado os esforços para dialogar com os setores impactados no Brasil e empresas norte-americanas para reverter as tarifas.
Ainda sobre as tratativas com os EUA, o ministro da Fazenda afirmou que mantém contato com autoridades norte-americanas desde maio, quando encontrou o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent.
À época, quando o presidente Donald Trump impôs uma tarifa de 10% contra o Brasil, Bessent teria reconhecido ser uma anomalia taxar parceiros comerciais que mantêm balança comercial deficitária com os EUA, segundo relato de Haddad.
O titular da Fazenda ainda informou que foi avisado da possibilidade de ter uma nova conversa com Bessent, assim que ele retornar da Europa aos EUA. O secretário norte-americano está negociando com os europeus, também afetados pelo tarifaço.
“Tenho tentado contato com ele, mas ele está na Europa fechando acordos. A assessoria dele pediu um pouco de paciência em função das missões que ele está cumprindo lá, mas disse que ao regressar aos Estados Unidos haveria a possibilidade de uma conversa”, declarou Haddad.
Conversas com EUA melhoraram
O ministro ainda afirmou que as negociações com a Casa Branca melhoraram nesta semana. “As conversas estão evoluindo e, na minha opinião, vão continuar evoluindo, independentemente da decisão que for tomada no dia 1º [de agosto]. Ela não vai significar o fim, o término. É o começo de uma conversa”, disse a jornalistas na entrada do Ministério da Fazenda.
Haddad ainda defendeu que não faz sentido alimentar uma “tensão” entre Brasil e Estados Unidos, além disso criticou a postura de brasileiros que trabalham para “alimentar essa tensão” nos EUA, fazendo referência ao clã Bolsonaro.
“Se depender do Brasil essa pressão desaparece, porque ela é artificial. É reproduzida por pessoas do próprio país. Quer dizer, não faz sentido alimentar essa tensão. Brasileiros lá [nos Estados Unidos] alimentarem essa tensão”, pontuou.
Segundo o ministro, a tensão que existe na negociação com os EUA se dissipará e dará espaço à racionalidade. “Nós vamos chegar a um denominador [comum nas tratativas]”, reforçou ele.