O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi quem ordenou que a Advocacia-Geral da União (AGU) atendesse, de forma voluntária, ao pedido da família de Juliana Marins — brasileira encontrada morta após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia — para a realização de uma nova autópsia no corpo da vítima.
Lula solicitou que a situação fosse agilizada o mais rapidamente possível. Segundo a AGU, haverá uma audiência com a família de Juliana nesta terça-feira (1º/7) — quando o corpo dela pode chegar ao Brasil — para a realização do novo exame.
O corpo de Juliana já passou por autópsia na Indonésia, em um processo cercado de polêmicas, e a família requer à Justiça que sejam realizados novos exames no Brasil. De acordo com a AGU, o órgão atenderá voluntariamente ao pedido assim que o corpo desembarcar no país.
“Devido à natureza humanitária e ao conteúdo da demanda, compreendeu-se que a postura mais adequada seria a de colaborar para que as providências solicitadas pudessem ser operacionalizadas com celeridade e efetividade”, afirmou o procurador regional da União Gláucio de Lima e Castro.
A petição apresentada pela DPU destaca que a necrópsia deve ser realizada no máximo seis horas após a aterrissagem em território nacional, a fim de garantir a preservação de evidências. O caso chegou a ser redistribuído no Judiciário, mas, com a decisão da AGU, deve ser arquivado.



Juliana Marins
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Juliana Marins e pai, Manoel Marins
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Morte de Juliana Marins: O translado do corpo é obrigação do governo?
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Mariana Martins junto com a foto da irmã, Juliana, que morreu
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Juliana Marins
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Juliana Marins
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Brasileira caiu em um penhasco durante trilha na última sexta-feira (20/6)
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Cronologia
- Sábado (21/6): Juliana Marins fazia uma trilha no Monte Rinjani e caiu cerca de 200m em terreno íngreme. A turista foi filmada por um drone sentada na encosta. Nas imagens ela ainda se mexia.
- Domingo (22/6): Resgate foi suspenso por causa das condições climáticas na região, com muita neblina. Itamaraty informou que estava em contato direto com autoridades locais.
- Segunda-feira (23/6): Drone operado por resgatistas chegou até a jovem. Ela aparecia imóvel a 400m do penhasco do vulcão.
- Terça-feira (24/6): Equipes de resgate encontraram o corpo de Juliana a 600m da primeira queda.
- Quarta-feira (25/6): O corpo da brasileira foi retirado do Monte Rinjani, já sem vida. Juliana foi içada com uso de cordas. O processo de evacuação por helicóptero não pôde ser realizado devido às condições climáticas.
Autópsia na Indonésia
Segundo o legista Ida Bagus Alit, responsável pela autópsia, Juliana teria morrido entre a 1h e as 13h da quarta-feira (25/6), no horário local – o que equivale entre as 14h de terça-feira (24/6) e as 2h de quarta-feira, no horário de Brasília. A estimativa diverge com a declaração feita pela Basarnas, que informou ter encontrado Juliana sem vida na noite de terça-feira (24/6).
“De fato, é diferente da declaração de Basarnas. Há uma diferença de cerca de seis horas em relação ao horário declarado por eles. Isso se baseia nos dados de cálculo do médico”, informou o legista à imprensa local.
A própria divulgação da autópsia também causou polêmica. Mariana Marins, irmã da brasileira, chegou a gravar um vídeo reprovando a atitude do médico legista que realizou o exame no corpo da brasileira, pois, segundo a família, o profissional concedeu uma entrevista coletiva para a imprensa antes de informar os familiares sobre a causa da morte de Juliana.
O corpo de Juliana Marins será transportado para Dubai nesta terça-feira (1º/7) e, no dia seguinte, enviado ao Rio de Janeiro. A companhia aérea Emirates confirmou a informação no início da tarde desta s