Preservação da Amazônia ganha destaque com artistas drags na França


Com figurinos inspirados em aves ameaçadas de extinção e performances que unem arte, política e identidade, 18 artistas drags brasileiras ocuparam ruas e palcos da França para lançar um alerta: preservar a Amazônia é urgente.

Em meio à crise climática global e no ano em que o Brasil se prepara para sediar a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), o coletivo Themônias levou ao circuito cultural francês um manifesto performático em defesa da floresta e dos povos amazônicos.

O projeto “Revoada das Themônias na França” integra a programação oficial da LILLE 3000 Parade, evento que inaugura o calendário cultural francês. Na primeira apresentação, o cortejo percorreu as ruas do centro de Lille com direito a carro aberto, alas performáticas e montações exuberantes.

“A Revoada com montações foi inspirada na diversidade dos pássaros amazônicos ameaçados de extinção, assim como no imaginário e na cultura da floresta, trazendo à tona a importância da preservação ambiental e as consequências da exploração dos recursos naturais”, destacou Gabriela Luz, artista-pesquisadora e arte-educadora.

A jornada internacional faz parte das ações do Ano Brasil-França, fruto do acordo firmado entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Emmanuel Macron, em celebração aos 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

O convite às artistas partiu do galerista e curador Ricardo Sardenberg, como parte de uma articulação do Ministério da Cultura (MinC), com organização da Associação das Themônias da Amazônia (ASCULTA). A manifestação conta com a participação de artistas do Pará, São Paulo e Rio de Janeiro.

Roteiro na França

Além das apresentações em Lille, o grupo também ocupará o renomado Théâtre du Nord, onde terá espaço para compartilhar suas linguagens artísticas e a força do movimento amazônico com o público francês. A programação segue até o dia 1º de maio.

Em Paris, a Revoada aterrissa no tradicional Cabaret Madame Arthur, fundado em 1946 e considerado um dos espaços mais simbólicos de resistência LGBTQIAPN+ na capital. Lá, o coletivo realizará uma temporada de performances individuais e coletivas, criadas em parceria com o elenco local.

Para a artista Uhura Bqueer, evidenciar a potência cultural, social e artística da Amazônia para o mundo é o principal legado do projeto.

“Queremos provocar o debate sobre a preservação ambiental a partir da valorização dos povos da floresta, suas culturas e seus ecossistemas. Para manter a floresta em pé, é preciso fortalecer quem vive nela”, reforçou.

Todas as montações foram idealizadas pelas próprias artistas, com base no imaginário amazônico e na rica diversidade de aves da região.

O elenco reúne nomes da cena artística LGBTQIAPN+ do Brasil, como: Uhura Bqueer, Tristan Soledad, Sarita Themônia, Brigitte Liberté, Flores Astrais, Skyssime, Shayra Brotero, Xirleytão, Mila Milambe, Yndjah, Cedric, Johan, Alexia Turner, Rubi da Bike, Monique Lafon, Condessa de Devonriver e Anne Pereira.

A parceria com o Cabaret Madame Arthur também prevê um intercâmbio cultural: artistas do cabaré francês devem se apresentar no Brasil no segundo semestre de 2025, ao lado das Themônias, em diferentes cidades.

“Nós somos um movimento plural e diverso, que nasce e cresce na Amazônia paraense, mas que sonha e ocupa o mundo inteiro. Queremos mostrar que a arte feita por pessoas LGBTQIAPN+ dissidentes de gênero, raça e classe merece espaço, valorização e dignidade”, finalizou Gabriela.



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