Advogado que atua na defesa do general da reserva do Exército e “kid preto” Mário Fernandes na ação penal que julga tentativa de golpe de Estado, Marcus Vinicius de Camargo Figueiredo ganhou destaque nesta semana ao ter o celular vistoriado por ordem do ministro Alexandre de Moraes, durante acareação no STF realizada na quarta-feira (15/8).
A medida foi tomada após Moraes suspeitar que ele estivesse gravando a audiência entre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o coronel da reserva Marcelo Câmara.


Moraes no STF
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

Advogado Marcus Vinicius de Camargo Figueiredo
Reprodução

Alexandre de Moraes
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
Graduado pelo Centro Universitário UNIEURO, em Brasília, o advogado criminal lecionou por 16 anos disciplinas como Processo Penal, Direito Penal e Teoria Geral do Processo em faculdades do Distrito Federal. Tem quatro pós-graduações lato sensu: Direito Penal, Processo Penal, Direito Civil e Processo Civil.
O advogado também integrou a defesa do general Walter Braga Netto, preso em dezembro de 2024, acusado de obstruir a investigação sobre a suposta tentativa de golpe para obstruir a posse do presidente Lula.
Atualmente, é sócio do escritório Figueiredo e Borges Associados. Faixa-preta de jiu-jitsu, o advogado é competidor e se prepara para disputar, em novembro, o ADCC (Abu Dhabi Combat Club), considerado o principal torneio de grappling do mundo, na categoria master.
Sem redes sociais ativas, Marcus Vinicius publicou em 2021, no site ConJur, o artigo “A ‘Justiça’ de um juiz desumano no processo penal”, no qual defende que decisões juridicamente corretas, mas insensíveis, podem gerar injustiças graves.
Episódio no STF
Durante a acareação no STF, o advogado pediu a palavra para questionar uma possível relação entre o monitoramento da localização de Moraes e o suposto plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato de Moraes, Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Moraes negou conexão, disse que não era o momento para perguntas e afirmou que ele não deveria participar da sessão. Após insistência para registrar o questionamento nos autos, o ministro ordenou que seguranças verificassem o aparelho.
O advogado entregou o celular e informou a senha. Ele pediu respeito ao ministro, que respondeu exigindo o mesmo. A negativa foi registrada em ata, e Marcus Vinicius deixou o STF sem falar com a imprensa.