Um homem foi detido na manhã dessa quarta-feira (30/7) após atirar pedras contra um ônibus na Avenida Deputado Cantídio Sampaio, na zona norte de São Paulo. Desde 12 de junho até esta quinta-feira (31/7), 584 veículos do sistema municipal de transporte foram depredados, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans.
A Polícia Militar foi acionada por volta das 11h56 dessa quarta, e encontrou o suspeito no local sendo contido por uma testemunha, que presenciou o momento em que o indivíduo lançava objetos contra o veículo, danificando seus vidros. A ocorrência foi registrada no 72º Distrito Policial.



Homem ataca para-brisa de ônibus com pedaço de concreto em SP
Reprodução

Ataque contra ônibus na Avenida Deputado Cantídio Sampaio

Homem que atirou pedras foi preso

Momento em que mulher é atingida
Diário do Transporte/Reprodução

A passageira foi socorrida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vila Santa Catarina
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Agressor tacou pedra no ônibus
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Adolescente é apreendido suspeito de ataque a ônibus em Cotia
Secretaria de Segurança de Cotia/Divulgação

O indivíduo tentou acertar o motorista de um ônibus estacionado, mas a pedra parou em uma barra de proteção
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São Paulo está enfrentando uma onda de ataques a ônibus nas últimas semanas
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Cerca de 135 ônibus foram depredados, em menos de 10 dias, na Grande São Paulo
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Um homem de 27 anos foi preso após depredar três ônibus e pontos de ônibus em São Bernardo do Campo
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De acordo com a SPTrans, houve 9 novos ataques contra coletivos somente nessa quarta, em várias regiões da cidade. O mais recente foi durante a noite, na Estrada Turística do Jaraguá, na zona oeste da capital. O motorista do coletivo acompanhado do representante da empresa compareceu à delegacia e relatou que o veículo foi danificado por uma pedra. Ninguém ficou ferido.
A Polícia Civil investiga o caso, registrado como dano e atentado contra a segurança de outro meio de transporte pelo 33° DP (Pirituba). Ninguém foi preso.
Somando os 584 ataques aos coletivos da rede municipal às 291 ocorrências intermunicipais, registradas pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) até 21 de julho, são 875 casos de vandalismo na região metropolitana de São Paulo nos últimos dois meses.
Prisões e investigação policial
Até o momento, 23 suspeitos foram detidos em razão da onda de vandalismo. “As forças de segurança do estado seguem empenhadas na identificação e detenção dos autores de ataques a ônibus”, diz a SSP.
Entre as prisões destacadas pela Polícia Civil, estão a do servidor público Edson Aparecido Campolongo, identificado como autor de 18 ataques a ônibus em São Paulo, e seu irmão, Sergio Aparecido Campolongo, que participou de ao menos dois ataques.
As investigações estão sendo conduzidas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o apoio de unidades regionais e da Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber). Paralelamente, a Polícia Militar intensificou o patrulhamento em todo o estado, por meio da “Operação Impacto – Proteção a Coletivos”.
Motivação dos ataques
- A equipe de investigação considera mais de uma hipótese como motivação dos atos de vandalismo, como disputa entre as empresas de ônibus e desafio de internet, mas evita apontar uma linha de investigação principal, conforme apurou a reportagem com pessoas ligadas ao Deic.
- O diretor do Deic de São Paulo, Ronaldo Sayeg, afirmou, em coletiva de imprensa em 3 de julho, que a única linha de investigação afastada, por ora, é a de uma ação articulada pelo crime organizado.
- A possibilidade de desafios on-line já havia sido ventilada pelo próprio vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), que comentou as ocorrências no litoral paulista.
- O delegado do Deic, Fernando Santiago, afirma que, com base na suspeita de desafios na internet, está sendo feito um trabalho de monitoramento das plataformas digitais, mas até agora não há nada concreto em relação a essa linha de investigação.
- Na capital, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) criticou a Polícia Civil e reconheceu a demora em elucidar as causas e descobrir os autores das depredações.
- A partir de 25 de julho, 200 agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) passaram a circular dentro dos ônibus para reforçar a segurança contra a onda de vandalismo.
- De acordo com a Prefeitura de São Paulo, os agentes atuam dentro dos veículos em locais com registros de ataques a coletivos. Além disso, os guardas darão apoio na saída das garagens e ao longo do percurso das linhas, que, “por razões estratégicas, não serão divulgadas”, informou a gestão.
A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) e a SPTrans, em nota, reiteram o repúdio aos atos de vandalismo registrados no sistema de transporte e afirmam que seguem fornecendo todas as informações necessárias para auxiliar nas investigações.
A SPTrans reforça a orientação para que as concessionárias comuniquem imediatamente todos os casos à Central de Operações e formalizem as ocorrências junto às autoridades policiais. “Cabe ressaltar que a empresa é obrigada a encaminhar o veículo para manutenção, substituindo-o por outro da reserva técnica, que realizará a próxima viagem programada, garantindo a continuidade do serviço prestado aos passageiros. Caso isso não ocorra, a empresa é penalizada pela viagem não realizada”.